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"​Estado só devolve um euro por cada três que recebe a mais"

19 set, 2022 - 18:06 • Sandra Afonso

CIP alerta para a possibilidade de encerramentos e despedimentos, se não chegarem mais apoios ao tecido empresarial.

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O Estado só devolve um euro por cada três que recebe a mais. As contas foram avançadas esta segunda-feira pela CIP - Confederação Empresarial de Portugal.

O vice-presidente da CIP, Armindo Monteiro, pede ao executivo de António Costa que dê o exemplo e devolva as receitas que está a receber a mais com a inflação.

Se nada mudar, os cofres públicos recebem este ano cerca de 10 mil milhões de euros que não estavam orçamentados. Ou seja, três vezes mais do que o executivo vai devolver às famílias e empresas, sublinha.

“Se nós considerarmos que, até ao final do ano, as receitas sobem na mesma proporção que até agora, chegaríamos a cerca de 10 mil milhões e, tendo sido distribuídos 3 mil milhões. Significa que o Estado está a devolver apenas um terço daquilo que cobrou a mais. Em cada euro, devolve um terço e dois terços mantém para seu próprio proveito”, afirma Armindo Monteiro.

O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), também conhecido como bazuca europeia, também não é resposta porque não está a chegar às empresas, é o que responde a esmagadora maioria (89%) dos empresários, no último questionário promovido pela CIP.

A subida dos preços já anulou a margem de lucro a mais de metade das empresas e a maioria não passou esta inflação para o consumidor.

“Sessenta por cento das empresas que responderam tiveram aumentos acima de 15%. É muitíssimo. Em muitos casos, é uma redução completa da margem de lucro. Apesar deste aumento enorme dos custos, 75% dos empresários optaram por não repercutir no preço”, afirma Armindo Monteiro.

O vice-presidente da CIP defende que é quando chove com força que é preciso ajuda e está a chover. Depois pode ser tarde demais.

“O momento de atuar é este. O que se nota neste questionário é que, se não chega essa ajuda, depois fica difícil. Aquilo que hoje se pode poupar no encerramento de empresas ou no despedimento acentuado de trabalhadores, hoje é possível fazer. Mais tarde pode não ser assim”, alerta Armindo Monteiro.

Os alertas da CIP para a possibilidade de encerramentos e despedimentos, se não chegarem mais apoios ao tecido empresarial. É uma das conclusões do inquérito hoje apresentado.

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