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Estudo

Seis em cada dez portugueses acreditam que condições económicas vão piorar

10 fev, 2022 - 09:00 • Lusa

Dados do Observatório da Sociedade Portuguesa da Católica Lisbon revelam ainda que os portugueses parecem estar mais felizes e satisfeitos com a vida quase dois anos depois do início da pandemia.

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Os portugueses estão pessimistas quanto às condições económicas do país, com cerca de 60% a indicar que estas vão piorar, de acordo com uma análise do Observatório da Sociedade Portuguesa da Católica Lisbon.

Segundo o "Estudo da sociedade portuguesa: felicidade, satisfação, perceção de saúde, rendimento, poupança e confiança económica", 59,8% dos inquiridos indicam que as condições económicas vão piorar, contra 19,3% dos participantes que reportam que vão melhorar e 20,9% que consideram que nem vão piorar nem melhorar.

O estudo realizado entre 29 de novembro e 9 de dezembro e que contou com 1.001 participantes revela que o indicador geral de mudança do estado das condições económicas em Portugal (IME) - que obteve o valor de -40.6 - sugere, assim, que a maioria dos participantes perceciona que as condições económicas vão piorar.

"Face ao período pré-pandémico, verifica-se uma grande descida na confiança relativamente à questão sobre se as condições económicas em Portugal vão melhorar ou piorar, quando comparando os índices de novembro de 2019 e 2021", pode ler-se no estudo.

Os portugueses também se revelam pessimistas quanto às condições económicas atuais, com 53,3% dos inquiridos a avaliá-las como fracas ou muito fracas, enquanto 28% reportam que são moderadas e 18,7% dos participantes consideram que as condições económicas são boas a excelentes.

No que toca à poupança, "o índice de hábitos de poupança (IHP) sugere um decréscimo ligeiro dos hábitos de poupança". Contudo, apesar do decréscimo no número de participantes que indica "muito interesse em poupar", a Católica Lisbon salienta que "esta foi a opção assinalada pela maioria dos participantes inquiridos".

"Em comparação com valores anteriores à pandemia (novembro de 2019), a percentagem de participantes com muito interesse em poupar diminuiu ligeiramente, passando de 65,4% para 63,2% (-2,2 pp [pontos percentuais])", frisa, destacando que os participantes declaram ter poupado um pouco menos do seu rendimento em 2020 em comparação com 2019, com os inquiridos que referem que não conseguiram poupar em 2020 a terem atualmente um rendimento equivalente médio mensal de 754,4 euros.

Portugueses mais satisfeitos com a vida no pós-pandemia

Os portugueses parecem estar mais felizes e satisfeitos com a vida quase dois anos depois do início da pandemia de Covid-19, sugere o mesmo estudo que aponta níveis de felicidade melhores até do que em 2019.

Quase dois anos a viver em plena pandemia, dos mil inquiridos entre 29 de novembro e 9 de dezembro, a grande maioria dizia sentir-se feliz ou muito feliz (80%) e também satisfeito ou muito satisfeito (79,1%) com a sua vida.

Comparativamente ao início da pandemia, em março de 2020, a percentagem de pessoas felizes aumentou nove pontos percentuais, o mesmo número em que diminuíram aquelas que se diziam sentir infelizes.

Quanto à satisfação com a sua vida, a diferença é igualmente significativa, com a taxa de inquiridos insatisfeitos a passar de 15,9% para 8,1%.

Se em novembro de 2019 havia ligeiramente menos pessoas a relatarem sentir-se felizes (uma diferença de 0,3 pontos percentuais) e a percentagem de pessoas que se mostram muito felizes aumentou quase três pontos percentuais, de 9,2% para 12,1%.

O mesmo observa-se em relação à satisfação, com um ligeiro aumento do número de pessoas satisfeitas e muito satisfeitas, enquanto o número insatisfeitos ou muito insatisfeitos diminuiu.

Desde o início da pandemia que o Observatório avalia também os seus efeitos e o relatório divulgado indica que quase metade dos inquiridos ainda ficam desconfortáveis em pensar sobre a Covid-19, apesar 54,3% não ficar nervoso ao ver notícias sobre a pandemia e 62% dizer que não tem medo da doença.

Por outro lado, 72,4% dos participantes revelaram que "nunca ou quase nunca" sentem que não têm ninguém a quem possa recorrer e, em relação a novembro de 2016, há até menos pessoas que dizem sentir-se sozinhas.

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