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Crise pandémica

Moda e eletrónica com perdas entre 30% e 40%

07 jan, 2021 - 13:52 • Liliana Monteiro

Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição está preocupada com o encerramento dos espaços comerciais às 13h00. Setor da alimentação é o que regista menos prejuízos.

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O balanço é ainda provisório, mas já deixa preocupada a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED). “No retalho especializado, nas áreas da eletrónica de consumo e moda temos tido perdas de 30% a 40% em alguns segmentos, o que tem levado a uma gestão cautelosa”, diz à Renascença Gonçalo Lobo Xavier.

“Temos esperança que, com os saldos e o aparecimento da vacina, surja um novo rumo para as empresas manterem negócios ativos e os postos de trabalho”, acrescenta o presidente da APED, referindo ainda que, “no retalho alimentar, não se assinalaram perdas significativas”.

O encerramento dos estabelecimentos às 13h00 durante o fim de semana tem sido muito penalizador e em nada ajuda o combate ao contágio pelo novo coronavírus, defende.

“Trouxe enormes constrangimentos ao setor e não apenas nas vendas, mas esse foi muito prejudicado, sem benefícios para a saúde pública. Fechar o comércio às 13h00 aos sábados e domingos só leva a maior concentração de pessoas no período da manhã”, critica.

“Os portugueses têm vidas intensas e não conseguem fazer compras durante a semana para abastecer as suas casas. Horários normais evitavam ajuntamentos ao fim de semana e permitiam mais tranquilidade nas compras”, defende.

A APED espera, por isso, que o executivo não renove a proibição de circulação e frequência de espaços comerciais após as 13h00 aos fins de semana, lembrando que estes são espaços seguros.

“Está mais que referenciado e não há evidência científica que diga que os espaços comerciais são pontos de contágios; pelo contrário, são pontos de segurança, com regras de distanciamento, utilização obrigatória de máscara, espaço para circulação sem interação social, porque é aí que o vírus tem surgido”, sublinha o presidente da APED.

Gonçalo Lobo Xavier teme que o prolongamento destas medidas crie um cenário ainda mais negro no setor.

“Ao insistir-se em medidas que em nada ajudam a saúde pública, mas muito prejudicam a economia, corremos o grande risco de ter efeitos muito negativos nas nossas operações”, alerta, por fim.

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