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​Covid-19: Autoeuropa retoma produção com menos trabalhadores e mais medidas de segurança

27 abr, 2020 - 13:35 • José Barata, com redação

Nas próximas duas semanas, a produção será feita de forma faseada, com menos trabalhadores e menos turnos, explicou à Renascença Fausto Dionísio, coordenador da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa.

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A Autoeuropa, fábrica da Volkswagen em Palmela, retomou esta segunda-feira, de forma gradual, a produção, que estava suspensa desde o dia 17 de março devido à pandemia da covid-19.

A atividade retoma quase um mês e meio depois da fábrica de Palmela ter paralisado. Nas próximas duas semanas, a produção será feita de forma faseada, com menos trabalhadores e menos turnos, explicou à Renascença Fausto Dionísio, coordenador da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa.

“A Autoeuropa vai avançar em turnos gradualmente. Temos quatro turnos de produção, vão arrancar dois na primeira semana. Também com um horário reduzido: na primeira semana, no primeiro dia, trabalhamos três horas e, nos restantes, seis horas. O mesmo acontece na segunda semana, de 27 a 30 de abril. E os outros dois turnos, que ficam em casa de 4 a 10 de maio, rodam com aqueles que estão ao serviço.”

Na prática, dos 5.600 trabalhadores que a fábrica portuguesa da Volkswagen emprega, cerca de 2.300 voltam ao trabalho na próxima semana, rodando na semana seguinte com a equipa ao serviço.

Em declarações à Renascença na passada sexta-feira, o coordenador da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa garantia que todos os funcionários já foram informados sobre as novas regras, nomeadamente sobre as regras de higiene e segurança que estão obrigados a cumprir e que, na sua opinião, são suficientes.

“A empresa tem feito todos os esforços. Tem câmaras térmicas à entrada para os trabalhadores que não vêm de autocarro, verificação de temperatura. A fábrica está predisposta a melhorar o que seja possível. Por exemplo, temos cerca de 40 rotas de camionetas, vamos triplicar o número de camionetas porque o número máximo de trabalhadores por autocarro será de 17 trabalhadores.”

"Para já, não se prevê despedimentos”


Fausto Dionísio afirma que as chefias e os chefes diretos têm ordem para que todas as regras sejam cumpridas, mas os trabalhadores também têm “todo o interesse em cumpri-las para preservar a nossa saúde e dos nossos familiares”, sublinha.

Para já, não está prevista qualquer penalização para aqueles que não cumpram as regras. Mas também não será necessário, entende Fausto Dionísio. Quanto ao regresso à normalidade, a Autoeuropa só deve voltar a laborar a um ritmo normal a partir de junho, quando regressam os turnos de fim de semana: dois ao sábado e dois ao domingo. Mas, por esta altura, já se fazem contas aos prejuízos.

“A Autoeuropa já perdeu mais de 30 mil carros, o que é um número considerável. Em termos de valores em euros, não lhe sei dizer, mas sabemos que no mundo Volkswagen as fábricas na China estiveram paradas até ao início de abril. Quando arrancaram na China, pararam as fábricas da Europa e do resto do mundo: Brasil, Argentina, Estados Unidos. O que em termos de ‘cash-flow’ [o dinheiro que entra e sai da empresa] deve fazer mossa. Mas, para já, a Volkswagen tem cumprido com todas as obrigações e tem feito um esforço para arrancar com a produção e com condições para todos os trabalhadores.”

O coordenador da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa diz ainda não esperar despedimentos na empresa.

“Neste momento não. Nós, por exemplo, desde dezembro de 2018 até ao início de março, já passamos 1.150 trabalhadores a efetivos e temos outros trabalhadores que terminam contrato em outubro e, por isso, ainda estamos um bocadinho longe dessa situação. Mas, para já, não se prevê despedimentos”, garante Fausto Dionísio.

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