Em 2015, a ilha grega esteve na linha da frente da crise de refugiados na Europa. Milhares de pessoas, a maioria sírios que escapavam da guerra civil, desembarcavam nas praias todos os dias.
Os militares da Guarda identificaram um homem, por suspeita de ligação à rede de imigração ilegal, que foi entregue às autoridades locais. Foram ainda apreendidas as embarcações e equipamentos de navegação auxiliares.
São mais mil mortos do que o registado em 2022. Ainda assim, o ano termina na União Europeia com a aprovação de um Pacto sobre Asilo e Migrações considerado "histórico", mas que algumas forças políticas e ativistas no terreno consideram ter o dedo da extrema-direita.
Até ao momento, este ano, 154.526 pessoas desembarcaram em Itália através do Mediterrâneo, mais do dobro das 102.530 no mesmo período de 2022, segundo dados do Ministério do Interior italiano atualizados nesta quarta-feira.
Há problemas aos quais ninguém se pode dar ao luxo fechar os olhos. Porém, cada vez mais é isso que acontece. Há milhares de mortos - migrantes no Mediterrâneo, vítimas da guerra Israel-Hamas e na Ucrânia – que existem apenas numa região longínqua da consciência portuguesa. A crise climática esperneia, mas não gera ação dos atores políticos. O jornalismo está estrangulado e o país vai a eleições legislativas. Fazem falta "ideologias” que “amarrem as diferentes dimensões da intervenção pública”.“É muito fácil alguém tornar-se um ativista de uma causa qualquer, mas ser indiferente a tudo o resto”, alerta o filósofo André Barata.