Os dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional mostram que, nos últimos três anos, é vasto o leque de propostas de emprego que não tiveram interessados. O retalho, a construção e o imobiliário são as atividades que mais sofrem com o fenómeno.
O valor total em causa nem é muito alto, quando comparado com o bolo de quase de 40 mil milhões de euros das moratórias. Mas são 48 mil contratos que vão deixar algumas famílias sob grande pressão. Experiência diz que são os mais carenciados a recorrer a estes créditos.
Empresas não conseguem dar resposta à procura devido à falta de mão de obra. Após a crise de 2008, muitos trabalhadores saíram de Portugal. E agora não vão voltar. Sem imigração, não será possível fazer a “substituição geracional” que não está a acontecer, defende Ricardo Pedrosa Gomes, presidente da Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas e Serviços.
Em 2020 houve em Portugal 171.800 vendas de casas, uma redução de 5,3% face a 2019, mas o valor das operações cresceu 2,4%, para 26,2 mil milhões de euros, revelou a associação APEMIP.
Um ano de pandemia não se mede apenas com indicadores de saúde pública. Em 2020, a reciclagem cresceu 13% , “desapareceram” 100 mil atletas federados, foram vendidos menos livros e os jogos e apostas online bateram recordes. Houve uma queda de quase 50% no número de casamentos e a natalidade teve o pior registo desde 2015. A taxa de abandono escolar atingiu um mínimo histórico. E apesar da crise que se adivinha, o número de transações imobiliárias duplicou.