2022
ANo de 2022
ANo de 2022
Henrique Gouveia e Melo. A personalidade do ano 2021 para a Renascença é um homem que não acredita em “sebastianismos” ou salvadores da pátria, mas foi fundamental para o sucesso da vacinação contra a Covid-19. O vice-almirante assumiu os comandos da “task force” após a demissão de Francisco Ramos, devido a inoculações indevidas. A vacinação começou com polémicas e ziguezagues, mas Gouveia e Melo colocou o processo nos carris. Os números falam por si: quase 90% da população vacinada com duas doses, até agora, uma das maiores taxas a nível mundial. Rosto de um plano que deu certo, Gouveia e Melo reuniu consensos e foi reconhecido, enquanto Governo e DGS não escaparam a críticas na gestão da pandemia. Com a missão concluída, deixou a “task force”. A vacinação prossegue com a dose de reforço para os mais velhos e com a primeira dose para crianças dos 5 aos 11 anos.
Nunca tinha acontecido em democracia e é o Acontecimento do Ano para a Renascença. Falamos da crise política desencadeada pelo chumbo da proposta de Orçamento do Estado, que levou à dissolução da Assembleia da República e à convocação de eleições antecipadas. António Costa rejeitou negociar com o PSD e não se entendeu com Bloco de Esquerda e PCP, parceiros na agora desmantelada Geringonça. Orçamento chumbado, as legislativas foram marcadas para 30 de janeiro de 2022 e o futuro está cheio de incertezas. Haverá entendimentos e estabilidade governativa após as eleições ou podemos estar a caminhar para a “italianização” da política portuguesa?
Do pico da pandemia ao sucesso da vacinação
Portugal aliviou as restrições no Natal de 2020 e a fatura chegou pouco depois: terceira vaga e pico da pandemia de Covid-19. O país entra em confinamento geral e as escolas encerram. A 28 janeiro, o pior dia desde a chegada do coronavírus: 303 mortes e 16.432 novos casos. Passada a fase mais grave, as restrições começam gradualmente a ser levantadas, a 15 de março, num plano a quatro fases, com concelhos a diferentes velocidades. No final de junho, novo agravamento e o Governo trava o desconfinamento. Antes, começam a ser emitidos os Certificados Digitais Covid. A variante Delta torna-se dominante e Portugal entra na quarta vaga da pandemia. As medidas, combinadas com o plano de vacinação liderado por Gouveia e Melo, começam a surtir efeito e é anunciada a “libertação” das restrições, ao ritmo da inoculação. Em outubro, arranca a última fase de desconfinamento e os portugueses voltam a dançar nas discotecas, pela primeira vez desde o início da pandemia, e regressam aos estádios. A quinta vaga e a variante Ómicron chegam em novembro. Os casos e as mortes diárias sobem, mas nada comparado com o que acontecia há um ano. Em dezembro, nova situação de calamidade com algumas restrições e, depois das festas, haverá uma “semana de contenção” no início de 2022. A pandemia já provocou mais de 18.600 mortos e um milhão e 200 mil casos em Portugal.
Foto: Paulo Cunha/Lusa
Moedas conquista Lisboa
A dias das eleições autárquicas de 26 de setembro, Rui Rio dava mais uma “pancada” nas sondagens, com a maior parte delas a prever a vitória de Fernando Medina, em Lisboa. O socialista que teve um ano difícil, com o caso da entrega de dados de manifestantes a embaixadas estrangeiras e a polémica festa do título do Sporting em plena pandemia. O líder do PSD apostou tudo no nome que escolheu e Carlos Moedas conquistou a capital. Uma vitória surpresa do ex-comissário europeu e, sobretudo, de Rio. O PS sofre uma derrota em toda a linha em Lisboa. Nas contas nacionais, o PS continua a ser o partido com mais câmaras, mas perdeu várias para o PSD.
Foto: Rodrigo Antunes/EPA
Demissão de Eduardo Cabrita
O ministro da Administração Interna anunciou a 3 de dezembro a demissão do cargo. Eduardo Cabrita “cai” na sequência do acidente de viação na A6, a 18 de junho, que vitimou fatalmente um trabalhador. A saída surge poucas horas depois de o Ministério Público ter acusado o motorista do ministro de homicídio por negligência, dado que conduzia a 166 km/h. Quanto a eventuais responsabilidades próprias, Cabrita disse que era “um passageiro” na altura do acidente. Foi chumbada uma comissão de inquérito no Parlamento, mas estão abertos três inquéritos. A indemnização não foi ainda determinada. A família da vítima (mulher e duas filhas) vive com 260€ de pensão de sobrevivência e 638€ da companhia de seguros
Foto: Paulo Cunha/Lusa
A 24 de janeiro, Marcelo Rebelo de Sousa é reeleito Presidente da República com 60,70%. Conseguiu mesmo subir em cerca de oito pontos a percentagem de votos com que foi eleito para o primeiro mandato, em 2016. Em plena pandemia, e ao seu estilo, fez a primeira ação de campanha ao sexto dia do período oficial. Conduziu o próprio carro, sem comitiva, fazendo de candidato e assessor de imprensa, abdicando dos tempos de antena, mas a fazer debates com cada um e com todos os outros candidatos. Marcelo assumiu-se, perante André Ventura, da direita social contra a direita do medo, e marcando a diferença para as candidatas Ana Gomes e Marisa Matias, dizendo que os populismos e os extremismos se vencem no combate de ideias e não na secretaria, com proibições
Foto: Mário Cruz/Lusa
As alterações à lei da eutanásia foram enviadas para Belém e Marcelo Rebelo de Sousa voltou a vetar. O Presidente apontou várias contradições no diploma. A dias da dissolução da Assembleia da República, os deputados não puderam voltar ao assunto, que fica assim para a próxima legislatura
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