2022

ANo de 2022

18 nov, 2022 - 16:39




Personalidade do ano

 

Henrique Gouveia e Melo. A personalidade do ano 2021 para a Renascença é um homem que não acredita em “sebastianismos” ou salvadores da pátria, mas foi fundamental para o sucesso da vacinação contra a Covid-19. O vice-almirante assumiu os comandos da “task force” após a demissão de Francisco Ramos, devido a inoculações indevidas. A vacinação começou com polémicas e ziguezagues, mas Gouveia e Melo colocou o processo nos carris. Os números falam por si: quase 90% da população vacinada com duas doses, até agora, uma das maiores taxas a nível mundial. Rosto de um plano que deu certo, Gouveia e Melo reuniu consensos e foi reconhecido, enquanto Governo e DGS não escaparam a críticas na gestão da pandemia. Com a missão concluída, deixou a “task force”. A vacinação prossegue com a dose de reforço para os mais velhos e com a primeira dose para crianças dos 5 aos 11 anos.


Acontecimento do ano

 

Nunca tinha acontecido em democracia e é o Acontecimento do Ano para a Renascença. Falamos da crise política desencadeada pelo chumbo da proposta de Orçamento do Estado, que levou à dissolução da Assembleia da República e à convocação de eleições antecipadas. António Costa rejeitou negociar com o PSD e não se entendeu com Bloco de Esquerda e PCP, parceiros na agora desmantelada Geringonça. Orçamento chumbado, as legislativas foram marcadas para 30 de janeiro de 2022 e o futuro está cheio de incertezas. Haverá entendimentos e estabilidade governativa após as eleições ou podemos estar a caminhar para a “italianização” da política portuguesa?


Nacional

Da crise política ao sucesso da vacinação

Acontecimentos

 

Do pico da pandemia ao sucesso da vacinação

Portugal aliviou as restrições no Natal de 2020 e a fatura chegou pouco depois: terceira vaga e pico da pandemia de Covid-19. O país entra em confinamento geral e as escolas encerram. A 28 janeiro, o pior dia desde a chegada do coronavírus: 303 mortes e 16.432 novos casos. Passada a fase mais grave, as restrições começam gradualmente a ser levantadas, a 15 de março, num plano a quatro fases, com concelhos a diferentes velocidades. No final de junho, novo agravamento e o Governo trava o desconfinamento. Antes, começam a ser emitidos os Certificados Digitais Covid. A variante Delta torna-se dominante e Portugal entra na quarta vaga da pandemia. As medidas, combinadas com o plano de vacinação liderado por Gouveia e Melo, começam a surtir efeito e é anunciada a “libertação” das restrições, ao ritmo da inoculação. Em outubro, arranca a última fase de desconfinamento e os portugueses voltam a dançar nas discotecas, pela primeira vez desde o início da pandemia, e regressam aos estádios. A quinta vaga e a variante Ómicron chegam em novembro. Os casos e as mortes diárias sobem, mas nada comparado com o que acontecia há um ano. Em dezembro, nova situação de calamidade com algumas restrições e, depois das festas, haverá uma “semana de contenção” no início de 2022. A pandemia já provocou mais de 18.600 mortos e um milhão e 200 mil casos em Portugal.

Foto: Paulo Cunha/Lusa


 

Moedas conquista Lisboa

A dias das eleições autárquicas de 26 de setembro, Rui Rio dava mais uma “pancada” nas sondagens, com a maior parte delas a prever a vitória de Fernando Medina, em Lisboa. O socialista que teve um ano difícil, com o caso da entrega de dados de manifestantes a embaixadas estrangeiras e a polémica festa do título do Sporting em plena pandemia. O líder do PSD apostou tudo no nome que escolheu e Carlos Moedas conquistou a capital. Uma vitória surpresa do ex-comissário europeu e, sobretudo, de Rio. O PS sofre uma derrota em toda a linha em Lisboa. Nas contas nacionais, o PS continua a ser o partido com mais câmaras, mas perdeu várias para o PSD.

Foto: Rodrigo Antunes/EPA


Demissão de Eduardo Cabrita na sequência do atropelamento mortal na A6
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Demissão de Eduardo Cabrita na sequência do atropelamento mortal na A6

Eduardo Cabrita quando soube da decisão de demissão
Eduardo Cabrita quando soube da decisão de demissão
Na hora das despedidas às forças de segurança
Na hora das despedidas às forças de segurança


Demissão de Eduardo Cabrita

O ministro da Administração Interna anunciou a 3 de dezembro a demissão do cargo. Eduardo Cabrita “cai” na sequência do acidente de viação na A6, a 18 de junho, que vitimou fatalmente um trabalhador. A saída surge poucas horas depois de o Ministério Público ter acusado o motorista do ministro de homicídio por negligência, dado que conduzia a 166 km/h. Quanto a eventuais responsabilidades próprias, Cabrita disse que era “um passageiro” na altura do acidente. Foi chumbada uma comissão de inquérito no Parlamento, mas estão abertos três inquéritos. A indemnização não foi ainda determinada. A família da vítima (mulher e duas filhas) vive com 260€ de pensão de sobrevivência e 638€ da companhia de seguros

Foto: Paulo Cunha/Lusa


 

Marcelo reeleito

A 24 de janeiro, Marcelo Rebelo de Sousa é reeleito Presidente da República com 60,70%. Conseguiu mesmo subir em cerca de oito pontos a percentagem de votos com que foi eleito para o primeiro mandato, em 2016. Em plena pandemia, e ao seu estilo, fez a primeira ação de campanha ao sexto dia do período oficial. Conduziu o próprio carro, sem comitiva, fazendo de candidato e assessor de imprensa, abdicando dos tempos de antena, mas a fazer debates com cada um e com todos os outros candidatos. Marcelo assumiu-se, perante André Ventura, da direita social contra a direita do medo, e marcando a diferença para as candidatas Ana Gomes e Marisa Matias, dizendo que os populismos e os extremismos se vencem no combate de ideias e não na secretaria, com proibições

Foto: Mário Cruz/Lusa


 

Presidente veta nova versão da eutanásia

Depois de uma primeira aprovação em 2020, a lei da eutanásia foi chumbada pelo Tribunal Constitucional e vetada pelo Presidente da República. O texto voltou ao Parlamento e uma nova versão foi aprovada pelos deputados, já depois do chumbo do Orçamento e da crise política que levou Marcelo a convocar eleições antecipadas.



As alterações à lei da eutanásia foram enviadas para Belém e Marcelo Rebelo de Sousa voltou a vetar. O Presidente apontou várias contradições no diploma. A dias da dissolução da Assembleia da República, os deputados não puderam voltar ao assunto, que fica assim para a próxima legislatura


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