Milhares de libaneses afluíram ao porto para exigir que seja feita justiça, mas outros foram ao Parlamento e envolveram-se em confrontos com as autoridades.
O Papa Francisco lembrou, esta quarta-feira, no Vaticano, o primeiro aniversário da “terrível explosão” no porto de Beirute, que provocou a morte a mais de duas centenas de pessoas e grandes prejuízos materiais, apelando à ajuda da comunidade internacional. “Apelo hoje à comunidade internacional, pedindo que ajude o Líbano a cumprir um caminho de ressurreição, com gestos concretos e não apenas com palavras", disse Francisco, no final da audiência geral desta quarta-feira.
Esta quarta-feira marca o primeiro aniversário da desastrosa explosão no porto de Beirute, no Líbano. Mais de 200 pessoas morreram, milhares ficaram feridas e cerca de 300 mil ficaram sem casa. Apesar da tragédia que traumatizou o país, até hoje, ninguém responsável foi levado à justiça e a investigação não está a progredir.
Oito meses depois da explosão que destruiu parte da capital do Líbano, ainda há obras por fazer, a pobreza aumentou e a ajuda internacional escasseia. O padre Rui Fernandes fala à Renascença do apoio que os jesuítas asseguram em Beirute, onde têm um hospital, uma igreja e uma universidade, e criaram uma rede de distribuição de cabazes alimentares, que já se estendeu a todo o país.
O hospital Santo Rosário está situado no bairro de Gemmaysé, a pouco mais de 500 metros do porto de Beirute. Ficou muito danificado, em agosto, pela explosão de nitrato de amónio que estava armazenado na zona e que provocou cerca de 150 mortos, mais de cinco mil feridos e destruiu parte da cidade.
Desconhece-se ainda para onde irão as toneladas de matérias inflamáveis que, durante mais de uma década, estiveram a céu aberto. Em caso de incêndio, “Beirute seria arrasada”.
A verba visa a reconstrução de igrejas destruídas, distribuição de ajuda alimentar de emergência para as famílias mais atingidas pela explosão e apoio à juventude.
Campanha de ajuda de emergência acontece mais de um mês depois das explosões no porto de Beirute e vai prolongar-se, "pelo menos, até ao fim do próximo ano".