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Ranking das Escolas 2023

Ranking das Escolas 2023. Rosário volta a ser líder, médias no público aproximam-se das dos colégios

12 jul, 2024 - 00:00 • Diogo Camilo

Os resultados de escolas públicas nos exames do secundário subiram ligeiramente no ano passado, enquanto os privados viram as médias cair seis décimas. O Colégio Nossa Senhora do Rosário lidera o ranking pela 9.ª vez em 14 anos, enquanto a escola pública consegue o seu melhor resultado em seis anos, com o 31.º lugar da António Arroio. Conservatórios e escolas artísticas destacam-se no ensino básico.

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Os colégios privados voltaram a dominar o Ranking das Escolas em 2023, mas as escolas públicas estão a aproximar-se do setor privado nas médias dos exames nacionais do secundário.

Na tabela que a Renascença divulga esta sexta-feira, o Colégio Nossa Senhora do Rosário, do Porto, volta ao primeiro lugar depois de dois anos fora do pódio, enquanto a melhor escola pública é uma artística: a António Arroio, em Lisboa, que ocupa o 31.º lugar do ranking geral.

Pelo quinto ano consecutivo, os primeiros 30 lugares do ranking são ocupados por colégios, mas a média dos alunos de escolas privadas caiu cerca de seis décimas, para os 12,4 valores, enquanto os alunos de escolas públicas subiram ligeiramente a média em relação ao ano anterior, para os 11,4 de média.

A diferença de médias entre privadas e públicas, que era de 1,8 valores em 2022, é agora de apenas um valor.

Em 2023, as provas voltaram a não ser obrigatórias para conclusão do ensino secundário, servindo apenas para efeitos de acesso ao ensino superior, o que pode explicar a subida de média em relação a anos anteriores.

Três dos quatro primeiros lugares do ranking do 9.º são ocupados por escolas que estão também entre os primeiros quatro lugares do ranking do secundário. No entanto, o líder é outro no ensino básico: o Colégio Novo da Maia, que sobe cinco posições em relação ao ano anterior. A melhor pública, tal como no secundário, é artística: o Conservatório de Música do Porto, que está em 18.º.

Colégios do Norte ocupam os primeiros lugares, artísticas dominam entre as públicas

Observando a fundo a tabela das melhores escolas do ensino secundário, salta à vista a localização dos colégios que estão no topo do Ranking da Renascença: nos seis primeiros lugares estão cinco escolas do Grande Porto e uma de Braga e as quatro primeiras posições são ocupadas pelas mesmas escolas que compunham o “Top4” no ranking do ano passado, só que em diferente ordem.

O Colégio Nossa Senhora do Rosário, que no ano passado surgia em 4.º lugar, passou para primeiro, com uma média de 16,13 valores, repetindo os feitos de 2020 a 2015, de 2012 e 2010. Esta é a 9.ª vez em 14 anos que o colégio é quem tem a maior média no Ranking das Escolas da Renascença.

O segundo e terceiro lugares são ocupados pelos mesmos colégios que aí figuravam no ano passado: o Colégio Efanor fica com a medalha de prata pelo terceiro ranking consecutivo, com uma média de 15,98 valores; o Colégio D. Diogo de Sousa, a representar Braga, mantém-se no terceiro lugar também pelo terceiro ano consecutivo, com uma média de 15,94 valores.

O Grande Colégio Universal, que liderava o Ranking das Escolas da Renascença em 2022, saltou do pódio e está agora em quarto lugar, com uma média de 15,77 valores.

Entre os 25 primeiros lugares estão nove escolas do distrito do Porto, a que se juntam duas de Braga, duas em Coimbra, uma em Aveiro e uma em Viana do Castelo. Lisboa, que tem 10 colégios neste top, apenas tem duas escolas entre as dez melhores.

No geral, a média de exames subiu duas décimas em relação ao ano passado — era de 11,49 em 2022 e no passado foi de 11,69 —, mantendo os resultados das provas antes da pandemia.

A média no ensino público foi de 11,4, subindo uma décima em relação ao ano passado, enquanto a média no privado caiu seis décimas, de 13,0 para 12,4 valores.

A escola que mais viu subir a média em 2023 foi a Escola Secundária Daniel Faria, em Paredes — mais de dois valores, dos 10,3 de média no ano anterior para 12,4 neste ranking. A secundária de Baltar é também quem sobe mais lugares: quase 300 posições, para o 91.º lugar.

Do lado contrário, a Escola Básica e Secundária de Arga e Lima, em Viana do Castelo, viu a média cair mais de um valor e, com isso, caiu quase 180 lugares no ranking, em relação ao ano passado.

Em 2023, apenas uma escola conseguiu uma média superior aos 16 valores — no ano anterior foram três — e apenas sete conseguiram médias superiores a 15 valores (em 2022 tinham sido 11 colégios acima desta barreira).

Escola pública consegue o melhor resultado desde 2018

Pelo quinto ano consecutivo, a escola pública com melhor qualificação ficou de fora dos 30 primeiros lugares do ranking de secundário. Mas há razões para sorrir: a prestação da António Arroio é a mais alta em cinco anos — o 31.º lugar é a melhor prestação de uma escola pública desde 2018. Com 13,75 valores de média, a escola artística de Lisboa subiu 24 posições no ranking em relação a 2022.

Para encontrar a segunda melhor posição de uma escola pública no Ranking das Escolas da Renascença é preciso descer quatro lugares: a Escola Secundária de Vouzela, que já tinha sido a pública mais bem classificada no ano passado, voltou a surpreender e conseguiu o 35.º lugar, com 13,55 valores, depois de um 33.º lugar no ano passado.

As duas escolas ficaram separadas por apenas duas décimas, quase a mesma diferença que separa o segundo do terceiro no ranking de escolas públicas. E aí encontramos outra artística: a Soares dos Reis, no Porto, com uma média de 13,3 valores, subindo mais de 100 lugares em relação ao ano passado. Ao fechar o top 50 encontramos mais sete escolas públicas.

Para o domínio das escolas artísticas contribuiu o exame de Inglês, que foi uma das oito provas de secundário mais realizadas no ano letivo anterior e a que teve maior média, com 14,9 valores. A segunda disciplina com maior média destas oito foi Português, com 12,5 valores — uma diferença de quase 2,5 valores que prejudica as escolas com menos provas realizadas de Inglês e favorece a António Arroio e a Soares dos Reis neste ranking.

A nível de concelhos e à boleia da sua escola secundária, Vouzela é quem tem a melhor média, de 13,55 valores, seguido da Trofa, Porto e Monção, com 12,9 valores. Os piores concelhos a nível municipal são a Moita e Viana do Alentejo, com uma média de 10,2 valores.

Para a elaboração desta tabela, a Renascença considerou apenas as 465 escolas onde se realizaram mais de 100 exames no conjunto dos oito mais concorridos (Matemática A, Economia A, Português, Biologia e Geologia, Física e Química, Inglês, Filosofia e Geografia), tendo por base dados divulgados pelo Ministério da Educação.

Colégio da Maia domina exames do 9.º ano

Nas provas do ensino básico, o líder teve a proeza de conseguir a melhor média, por larga margem, além de ser também a escola com melhor média, não só a Matemática, mas também a Língua Portuguesa.

O Colégio Novo da Maia, que no ano passado tinha ficado em 6.º lugar, subiu cinco posições e conseguiu uma média de 4,34 numa escala de 0 a 5 — ou de 86,7, numa escala de 0 a 100.

A segunda posição é ocupada pelo Colégio D. Diogo de Sousa, de Braga, que fica a mais de três pontos do primeiro lugar, com 86,7 pontos — ou 4,17 de média, numa escala de 0 a 5. A diferença entre o primeiro e o segundo lugar é tão grande como a do segundo para o quinto.

A escola privada da Maia tem também a melhor média a Matemática (87,9 pontos) e a melhor média a Português (85,6 pontos).

A líder do ano passado, o Externato das Escravas Sagrado Coração de Jesus, deixa de constar no ranking por não ter realizado 100 provas nos dois exames do básico. Mas, com a sua média de 4,1 na escala de 0 a 5, seria o 4.º posicionado no ensino básico.

O Grande Colégio Universal, que não esteve no ranking do ano passado pelo mesmo motivo — apesar de registar a melhor média do país —, é o 3.º posicionado este ano, com uma média de 4,15 e o segundo melhor resultado do país a Matemática.

Mais uma vez, as quatro melhores escolas do país ficam a norte do Mondego, com o Colégio Moderno, em Lisboa, a completar os cinco primeiros lugares. Nos primeiros oito há cinco colégios do distrito do Porto.

E, tal como no ensino secundário, a melhor escola pública é uma artística: o Conservatório de Música do Porto é o 18.º classificado, com média geral de 3,77 numa escala de 0 a 5 e de 75,4 pontos de 0 a 100. O melhor resultado foi a Português, onde a média de 78 pontos foi a nona melhor do país.

A segunda melhor pública fica em Coimbra: a Escola Secundária Infanta D. Maria teve uma média de 3,67 e sobe 11 posições para o 25.º lugar do ranking geral em 2023. É também a melhor escola pública no exame de Matemática, com uma média de 75,7 pontos.

Tal como no secundário, a Renascença inclui neste ranking apenas as escolas onde foram feitas mais de 100 provas. No total, a tabela inclui 766 escolas que obedecem a este critério, com quase metade (44%) a registar uma média negativa no último ano letivo.

Mesão Frio volta a liderar Ranking de Sucesso

No Ranking de Sucesso, que compara alunos que completaram o ensino secundário nos três anos previstos com escolas de perfil semelhante, o líder fica no distrito de Vila Real.

Em Mesão Frio, na Escola Básica e Secundária Professor António da Natividade, 37 de 38 alunos completaram o secundário sem reprovar qualquer ano, quando em escolas na mesma situação, apenas cerca de metade dos alunos fizeram o ciclo de estudos em três anos.

A percentagem de alunos que concluíram o secundário nos três anos previstos é chamada de "Percurso Direto de Sucesso" e, através dela, a Renascença calcula o Indicador de Sucesso, subtraindo os Percursos de Sucesso pela média nacional comparável, ou seja, a percentagem de alunos na mesma situação socioeconómica que também concluíram o secundário em três anos.

Na escola de Mesão Frio, as dificuldades saltam à vista ao olhar para os seus dados de contexto: menos de metade dos professores estão nos quadros da escola e um terço dos alunos são carenciados. A secundária não está no Ranking das escolas, por ter menos de 100 provas realizadas, mas a média foi de 8,9 valores nas oito provas mais realizadas.

Ao contrário do ano passado, o Ranking de Sucesso deste ano também tem escolas privadas nos lugares cimeiros. O Real Colégio de Portugal e o Colégio D. Filipa, em Lisboa, e o Colégio D. Dinis, no Porto, estão entre os cinco primeiros no indicador de sucesso.

E, curiosamente, o Ranking de Sucesso do ensino básico é dominado por escolas de música privadas. O primeiro lugar pertence ao Conservatório de Música de Barcelos, onde 94% dos alunos completaram o 3.º ciclo sem reprovar, seguido de duas academias do Porto e uma de Lisboa: a Academia Vilar do Paraíso, a Academia de Santa Cecília e a Academia Costa Cabral. O quinto lugar é ocupado pela Escola de Música de São Teotónio.

Equidade. Que escolas superam as adversidades?

Outro indicador, que se debruça sobre os alunos com dificuldades, serve de barómetro para medir que escolas conseguem promover uma educação de qualidade mesmo em condições desafiadoras.

No topo da lista de 2022 esteve o Agrupamento de Escolas de Amares, no distrito de Braga, onde um em cada quatro dos 1750 alunos beneficiam de Ação Social Escolar (ASE). Aqui, todos os alunos carenciados completaram o secundário nos três anos previstos, enquanto escolas no mesmo contexto socioeconómico tiveram apenas 71% de alunos a completarem o secundário sem reprovar.

O trabalho com alunos carenciados é notável, mas não é visível no Ranking das Escolas: a Escola Secundária de Amares ficou apenas em 322.º lugar (em 465), com uma média de 11,1 valores.

Entre todas as escolas públicas onde a Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) avaliou a equidade, 12 secundárias conseguiram que todos os seus alunos carenciados completassem o ensino secundário em três anos. No ano passado, apenas uma escola alcançou este feito.

A nível de cidades, Amares lidera também, seguindo-se Mesão Frio, Vendas Novas e Fafe. Do lado contrário, as cidades onde alunos com dificuldades têm menor aproveitamento são Ovar, Santiago do Cacém, Caldas da Rainha, Albufeira e Óbidos.

Ensino profissional. Inscritos voltam a baixar

Nos dados divulgados pelo Ministério da Educação para o ano letivo 2021/22 estão também os números do ensino profissional. Para esta via inscreveram-se 108.210 alunos, cerca de 35,6% do total de alunos que frequentaram o ensino secundário.

Em relação ao ano letivo anterior são menos 1.375 alunos inscritos, numa quebra que acontece pelo segundo ano consecutivo.

No entanto, isso não significa que o sucesso dentro da via profissionalizante tenha diminuído. A taxa de sucesso subiu um ponto percentual em relação ao ano anterior, para os 71%, enquanto apenas 10% dos alunos não concluíram o curso nem estão no ensino secundário — há dois anos, a percentagem era de 12%.

Seis escolas tiveram 100% de aproveitamento, com todos os alunos a completarem o curso profissional em três anos: a Escola S. Bento, em Vizela, a Escola de Moda do Porto, a Escola Profissional Artística do Vale do Ave, em Santo Tirso, a Secundária de Monção e a António da Natividade, em Mesão Frio, que também lidera o Ranking de Sucesso do ensino secundário.

Escolas públicas com média acima dos 12 valores duplicam

O Ranking das Escolas deste ano é também de superação das escolas públicas. Foram 131 as que ultrapassaram a barreira dos 12 valores, quebrando por larga margem os números do ano passado e de pré-pandemia: em 2022 foram 63 a atingir esta média, no ranking de 2021 foram 58, no de 2019 tinham sido 14, em 2018 foram oito e em 2017 tinham sido só quatro.

A juntar a isso, são muito menos as escolas com média negativa nas provas: entre as 521 escolas públicas, só 20 registaram média abaixo dos 9,5 valores. Incluindo as escolas privadas, só 32 das 643 escolas tiveram média negativa — 5% das escolas.

No 9.º ano, a maioria das escolas públicas teve média positiva —  357 das 687 escolas de ensino básico – e três tiveram média acima de 70% (no ano anterior foram quatro acima desta barreira).

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  • Fernanda Maria Dias
    12 jul, 2024 ALBUFEIRA 00:08
    Como é que se compara o incomparável? 44 nacionalidades, constante entrada de alunos, escola TEIP, PLNM, ATE, em cada turma alunos sem telemóvel e/ ou net, PC nem vê-los, equipamentos da escola obsoletos, faltam salas, gabinetes de trabalho, muita burocracia, dificuldades dos EE e alunos estrangeiros em cumprirem/ entenderem as regras, indisciplina, alunos com deficientes condições de habitabilidade, muitos alunos abrangidos pelo DL 54/2018 (MS;MA), falta de professores.................. Faço formação, leio, partilho, preparo... e não é suficiente. tento d

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