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Pandemia

Lisboa, Almada, Torres Vedras. Com recordes diários Covid, há hospitais "no limite" e em "pré-catástrofe"

16 jan, 2021 - 19:30 • Joana Azevedo Viana , Sofia Freitas Moreira

Pelo menos uma pessoa já morreu dentro de ambulância à espera para dar entrada no hospital, denuncia Liga dos Bombeiros. Situação é particularmente preocupante na região de Lisboa e Vale do Tejo. Hospitais da região Norte também reforçam unidades Covid face a novos picos diários de infeções, mortes e internamentos.

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Os hospitais portugueses, em particular na região de Lisboa e Vale do Tejo, estão "no limite" e a ativar o "nível máximo de contingência" após uma semana em que as mortes provocadas pela Covid-19 atingiram novos máximos diários constantes, assim como o total de novas infeções diárias.

A situação é particularmente dramática no hospital de Santa Maria, onde este sábado o médico Daniel Ferro alertou que já estão a ser internados doentes infetados com o SARS-CoV-2 para lá da capacidade inicialmente prevista pelo Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN).

"Este hospital, que é um hospital de fim de linha, já está a tratar doentes para além da capacidade que instalou. E não somos o único hospital em que isto está a acontecer", denunciou o diretor do CHLN em conferência de imprensa.

O encontro com os jornalistas foi convocado após denúncias de uma noite de "caos" com ambulâncias retidas durante horas no hospital de Santa Maria.

Daniel Ferro rejeita uma situação de "caos", mas assume que tem havido "situações de pico". Nos últimos 15 dias, houve um aumento de 70% na procura, e há "um sobresforço bem visível".

Entre as cinco unidades Covid que vão estar em funcionamento no hospital nos próximos dias, "três delas vão ser unidades novas, instaladas em sítios que não têm a ver com cuidados intensivos", o que atesta esse sobreesforço, defende.

À semelhança do que aconteceu na sexta-feira em Lisboa, também no hospital de Torres Vedras mais de uma dezena de ambulâncias ficaram retidas à entrada das urgências, com fonte dos bombeiros a adiantar que os doentes eram sobretudo idosos de lares.

Na sequência dos constrangimentos, o hospital -- que serve também os concelhos da Lourinhã, Cadaval e Mafra -- transferiu doentes para outros hospitais, no âmbito da habitual articulação e complementaridade entre instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Para fazer face ao aumento constante de infeções e "reforçar a capacidade de resposta", o hospital de Torres Vedras inaugurou hoje uma nova enfermaria com 21 camas adicionais. A Proteção Civil local pediu entretanto voluntários para reforçar as Brigadas de Intervenção Rápida em lares.

Ainda em Lisboa e Vale do Tejo, em concreto no hospital Garcia de Orta, em Almada, a capacidade de camas afetas à Covid-19 voltou a ficar lotada, uma situação que, "a manter-se, coloca o hospital em cenário de pré-catástrofe".

"Mantém-se a enorme pressão, devido à elevada procura de doentes Covid e doentes não Covid, e que dura há mais de 10 semanas, tendo o hospital de recorrer a transferências para outros hospitais do país", indica o Garcia de Orta em comunicado.

"Considerando a enorme pressão assistencial, o Hospital Garcia de Orta tem vindo a realizar reafetações sistemáticas de circuitos e espaços, como a conversão de camas de enfermaria cirúrgicas em camas médicas. [...] No total, e só na última semana, o total de camas reafetadas no Hospital foi de 35."´

"Há pessoas a morrer em ambulâncias"

Este sábado, o presidente da Liga dos Bombeiros denunciou que há doentes transportados para os hospitais a passar "horas nas macas das ambulâncias", tendo sido já registada pelo menos uma morte dentro da ambulância sem que o doente pudesse entrar na unidade hospitalar.

“Recebi uma informação de um doente que morreu dentro de uma ambulância, isso é garantido", disse Jaime Marta Soares. “Chegamos lá [aos hospitais], não há macas, e muitas vezes os doentes estão horas nas nossas macas, alguns dentro das próprias ambulâncias, a ponto de já terem morrido cidadãos dentro das ambulâncias."

A par disso, "muitas vezes as nossas macas ficam lá retidas, nos corredores, nas urgências, onde efetivamente esses hospitais se servem do nosso equipamento para garantir o resguardo dos doentes, já que não têm capacidade com camas, nem com macas" para fazer a receção de mais doentes, denuncia Marta Soares.


Evolução da epidemia em Portugal

Face aos números mais recentes, que mostram uma tendência de subida em flecha no número de novos casos de infeção, mortes e internamentos, Portugal entrou no final desta semana num novo período de confinamento.

A decisão foi tomada depois da pior semana de que há registo no país desde o início da pandemia de Covid-19. Logo na terça-feira, Portugal ultrapassou os oito mil óbitos, e a cada dia, com exceção para quinta-feira, registou-se um novo máximo de mortes associadas ao novo coronavírus. O último recorde diz respeito a este sábado: 166 óbitos.


Evolução de internamentos por Covid-19

Relativamente aos novos casos diários, Portugal começou a semana com números mais baixos, algo que já é habitual acontecer. Segunda (5.604) e terça-feira (7.259) foram os únicos dias da semana, até agora, em que o número de novas infeções se manteve abaixo das 10 mil.

A tendência reverteu-se a partir de quarta-feira e, até este sábado, a curva não parou de aumentar. E tal como aconteceu com o número de mortes, também nunca se tinham contado tantos novos casos como este sábado: 10.947. Neste momento, há 128.165 portugueses com caso confirmado e ativo da doença, ou seja, 1,25% da população está infetada.

Resposta pode tornar-se "impossível"

Há uma semana, o diretor de cuidados intensivos do hospital de São João, no Porto, tinha alertado que o número de internamentos ia disparar nos dias subsequentes, destacando que “nenhuma resposta do SNS pode tender para o infinito" e que "se o número de casos continuar a aumentar, a resposta é impossível”.

Ao longo da semana, alguns hospitais do Norte também reforçaram a sua capacidade para acolher doentes Covid, a começar pelo hospital de Gaia.

“No dia em que ultrapassámos os 1.000 doentes tratados com diagnóstico Covid, abrimos a Enfermaria de Medicina 1 como área covid”, indicou o hospital em comunicado. A unidade reconvertida, com 24 camas disponíveis, estava em 'stand-by' e entrou este sábado em funcionamento devido ao aumento de casos.

Também o hospital de Viana do Castelo "ajustou a capacidade de resposta ao aumento de casos de infeção pelo vírus SARS-Cov-2 e aumentou, em uma semana, o número de camas para internamento de 35 para 116", revelou hoje o administrador. "Neste momento, temos atribuídas 116 camas para internamento de doentes com covid-19, fora as 25 camas da Unidade de Cuidados Intensivos, sendo que, no total, a taxa de ocupação rondará os 90%".

O Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim/Vila do Conde tem a partir da próxima semana novas alas, nomeadamente para tratamento de mais doentes covid-19, criadas a partir da remodelação das antigas Oficinas Militares, anunciou hoje a câmara poveira.

É preciso controlar infeções

No início desta semana, na terça-feira, Portugal ultrapassou, pela primeira vez, os quatro mil internamentos por Covid-19 (4.043). Tal como aconteceu com as mortes e os casos diários, este sábado foi o pior dia até à data em termos de hospitalizações.
Nas últimas 24 horas, o país passou a barreira dos quatro mil internamentos em enfermaria, com 4.015 pessoas hospitalizadas. O recorde de internados em UCI’s registou-se neste mesmo dia, com 638 pessoas nos cuidados intensivos.

Os aumentos foram verificados a cada dia que passou, durante a semana, com apenas alguns abrandamentos ligeiros pontuais, que rapidamente voltaram a entrar no ritmo acelerado das subidas. Na quinta-feira, o país atingiu, pela primeira vez desde o início da chegada da pandemia, os 600 internados em UCI’s.

Em linha com o alerta de José Artur Paiva no domingo passado, também hoje o diretor do Centro Hospitalar Lisboa Norte pediu hoje à população que entenda a importância de se cumprirem as restrições, sob pena de sobrecarregar ainda mais hospitais "já no limite".

"A instituição, que está perfeitamente dimensionada para tratar a sua população, consegue tratar a população toda, mas se a população toda começa a ter muitos hospitais sem capacidade, um ou dois hospitais não têm capacidade de absorver todas as necessidades da região".

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  • Filipe
    16 jan, 2021 évora 20:56
    Estejam atentos às 52 exceções deste Governo , para encontrar uma espécie de imunidade de grupo à custa de milhares de mortos , mas com este vírus não existe imunidade de grupo coisa alguma , caso com vírus mais simples como o da gripe também não existe e este é bem pior , bem pior ! Uma armadilha bem escondida .

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