Estado da Nação. “Não é claro que o Governo queira conter a inflação”

20 jul, 2022 - 07:00 • João Carlos Malta

Filipe Grilo, economista da Porto Business School, diz que uma inflação a crescer permite arrecadar mais impostos e dá ao país a possibilidade de tratar de forma mais eficaz o problema do défice e da dívida soberana.

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Em entrevista à Renascença, o economista e professor do MBA da Porto Business School, Filipe Grilo, fala sobre a dificuldade de um político pensar um país a mais de quatro anos, e de como essa limitação da democracia está ainda por resolver.

Nesta conversa que aborda alguns dos temas que por certo farão parte do debate do Estado da Nação, o especialista diz ainda que a inflação corrói a economia através da incerteza que gera. Mas garante que não é líquido de que o Governo pense que todos os seus efeitos são nefastos.

Em relação aos salários, pensa que não é contraditório o ministro das Finanças dizer que contribuiu para a espiral inflacionária, e o primeiro-ministro falar de aumentos médios de 20% durante a legislatura.

Pelo meio, fala ainda da produtividade, ou da falta dela, em Portugal, e aponta responsabilidade à gestão.

Um economista quando pensa no Estado da Nação acha que pensa no mesmo do que os políticos? Quais são as principais diferenças?

Eu diria que um economista tende a pensar mais no longo prazo. Como não temos a necessidade de ser eleitos, podemos perceber as tendências que estão a acontecer na sociedade e o que poderia ser alterado para que a economia se consiga desenvolver, e assim crescer de forma sustentada, em 10 ou 20 anos.

Nós quando fazemos a análise do país raramente nos focamos em um ou dois anos, é uma abordagem muito, muito redutora.

E, portanto, quando nós queremos perceber se a economia está a funcionar bem, temos a tendência de olhar sempre para o espaço de uma ou duas décadas. O político tem outra obrigação, o objetivo do político é ser reeleito e, portanto, ele tem que pensar de quatro em quatro anos.

E por isso a discussão do Estado da Nação é sempre mais conjuntural e não sobre os problemas estruturais do país…

Exatamente. Isso é o que eu dou nas minhas aulas. Do ponto de vista económico até fazia sentido os políticos apostarem em políticas estruturais, só que as vantagens dessas políticas só aparecem dez ou 15 anos depois, quando o político já não está, e já não pode lucrar com essas medidas.

A inflação preocupa um em cada quatro portugueses que dizem que estão a perder poder de compra, e um recente estudo diz que a subida do custo de vida é o que mais preocupa os jovens. Como pode este fenómeno corroer a economia portuguesa?

Corrói mais pela incerteza. Esse é o grande problema da inflação. Ela cria incerteza no que é que vai acontecer no futuro. E ao criar incerteza, cria vários problemas.

O preço do pão não para de subir. A inflação explicada em regueifas
O preço do pão não para de subir. A inflação explicada em regueifas

Por exemplo, as empresas não sabem por quanto é que vão comprar daqui a um ano a matéria-prima, e não sabem se vão ter a capacidade de ter margem de lucro suficiente para compensar fazer certos investimentos.

Portanto, a incerteza traz também o adiamento do investimento.

Também há problemas ao nível dos depósitos. Quando nós depositamos um determinado montante no banco ou numa aplicação, temos acesso à taxa de juro, que é chamada taxa de juro nominal− aquilo que está escrito no contrato.

Mas se a inflação for superior àquela que nós esperamos, vamos perder dinheiro. E tudo isso traz problemas ao nível da decisão, do aforro, da poupança, e traz mais incerteza.

Há ainda a perda de credibilidade da própria moeda. Uma moeda, numa economia que tem uma inflação alta, perde valor e isso depois pode gerar problemas ao nível dos bancos.

No dia-a-dia, há a perda do poder de compra, e isso acaba por prejudicar muito a vida das pessoas. Há decisões de bem-estar que são postas em causa. Muita gente vai ficar sem poder fazer as suas férias porque vai perder poder de compra e isso pode criar mal-estar à população, e pode trazer também alguma tensão social.

Mas como é que num cenário em que o poder de compra se reduz, o consumo se contrai, as previsões de desemprego são historicamente baixas?

É o baixo desemprego que provoca alguma tendência de inflação.

Como assim?

O que nós sabemos é que as pessoas acabam por ter um maior poder negocial para exigir aumentos salariais. O primeiro-ministro chamava a atenção para que não se ponham a pedir muitos aumentos salariais, porque depois isso vai alimentar a espiral inflacionária.

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"Não é claro que o Governo, ainda por cima com maioria absoluta, queira conter a inflação, sabendo que isso vai ajudar a resolver os problemas da dívida."

Ele sabe que atualmente, com a taxa de desemprego muito baixa, as empresas têm dificuldade em contratar. Essa dificuldade fará com que tenham receio de despedir o trabalhador que está a exigir um salário mais alto.

É este desemprego baixo que acaba por suportar um pouco mais a inflação. O que é que vai acontecer a seguir? Tudo depende do crescimento da economia. Se continuarmos a crescer, provavelmente vamos continuar com desemprego baixo e provavelmente com inflação ainda persistente.

Por outro lado, por causa do impacto da guerra, por causa do aumento do custo da energia, o próprio racionamento de energia pode trazer problemas na indústria europeia e isso pode colocar a atividade económica com problemas. Poderá haver uma recessão, o desemprego subir e a inflação começa a baixar.

O Governo está a fazer o suficiente para combatê-la? Está nas suas mãos fazer mais? Há quem olhe para o lado, para Espanha, para a descida do IVA na eletricidade, para os 200 euros mensais para desempregados ou os aumentos de 15% nas pensões, e diga que Portugal está a fazer pouco…

Essa pergunta tem dois níveis. Vamos primeiro pôr uma questão: Será que o Governo tem interesse em conter a inflação? Não tenho a certeza de ter uma resposta óbvia. Por um lado, a inflação traz mais receita fiscal e a facilita a redução do défice e da dívida.

Não é claro que o Governo, ainda por cima com maioria absoluta, queira conter a inflação, sabendo que isso vai ajudar a resolver os problemas da dívida.

O que é que o governo pode fazer? Pode direcionar alguns apoios para pessoas mais sensíveis à inflação, pensionistas, pessoas que recebem o salário mínimo, que não têm capacidade negocial para exigir um valor salarial superior.

Mas isso não combate a inflação. Isso combate o efeito negativo que ela possa ter no poder de compra. Aliás, pode até gerar mais inflação por via da compra, e as empresas acabam por ter um melhor poder negocial para subir preços. Portanto, este tipo de políticas acaba por ter o potencial de aumentar a inflação.

Esta pode ser uma boa desculpa que o Governo possa usar.

E que caminho será melhor seguir?

Tendo em conta a situação portuguesa, tendo em conta a urgência do problema da dívida, tendo em conta que as taxas de juro estão a subir e vai haver pressão sobre o mercado da dívida soberana, parece-me lógico que vamos todos sofrer com a inflação. Do ponto de vista do longo prazo faz sentido resolver o problema das finanças públicas, ao invés de o adiarmos...

O que justifica que o INE aponte para uma subida do preço das casas de 20% o metro quadrado num ano? E como é que os portugueses aguentam isto?

Não são os portugueses que estão a causar isto, e esse é o grande problema. Está a haver desde já há dez anos, um aumento brutal da procura das nossas casas por parte dos estrangeiros, e isso torna o mercado imobiliário português, sobretudo em Lisboa e no Porto, num mercado imobiliário internacional.

Estamos a falar de players, neste caso compradores, que têm um poder de compra muito mais alto do que os portugueses, e estão dispostos a pagar pela qualidade de vida deste país.

O aumento dos preços explica-se por um excesso de procura. Há gente que tem disponibilidade de pagar e os preços começam a subir.

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"[Vai haver uma crise no crédito habitação como em 2013?] Não é a subida da taxa de juro que vai criar a recessão por si, não é o objetivo. Vai reduzir a atividade económica, vai tornar o crédito mais caro, mas tendencialmente diria que o efeito não se vai sentir com tanta força."

Como é que as políticas públicas podem combater esta distorção do mercado?

A lei económica diz-nos que a resposta é muito simples: aumentar a oferta. Tem de se construir. Se nós permitimos a construção, o aumento da oferta vai aliviar a pressão, a que chamou de distorção, e que na economia chamamos de desequilíbrio − pois há um excesso de procura e tudo o que nós temos de fazer é resolver a procura, ou criar leis para limitá-la.

Mas nem sei se é legal, do ponto de vista internacional, por poder ser discriminatório.

A solução mais fácil e mais eficaz é a de acelerar os processos de certificação dos projetos para que a produção e a disponibilidade de casas aumentem e se reduza a pressão da procura.

Ainda no mercado imobiliário, que impacto terá esta subida das taxas de juro? Acha que podemos ter uma crise igual à de 2013 com muitas famílias a terem de entregar as casas aos bancos?

Tendencialmente eu acho que não, porque as condições são ligeiramente diferentes. Na altura, o que aconteceu foi um choque no grande consumidor da economia, o Estado, que ficou limitado.

Isso provocou também uma recessão brutal, aumentos brutais do desemprego, chegou aos 17%, e as pessoas ficaram sem capacidade financeira para pagar a casa.

Agora as pessoas continuam a trabalhar. Não é a subida da taxa de juro que vai criar a recessão por si, não é o objetivo. Vai reduzir a atividade económica, vai tornar o crédito mais caro, mas tendencialmente diria que o efeito não se vai sentir com tanta força.

Mas os salários não crescendo, o custo de vida aumentando com a inflação, e em cima disso as famílias levarem ainda com uma prestação mais pesada no crédito à habitação, é expectável que a família média em Portugal consiga fazer face a esta subida?

Não nos podemos esquecer que nós estivemos confinados bastantes meses, o que nos permitiu aumentar um pouco a nossa folga.

Isso dá-nos alguma margem para fazer face a um problema, uma subida, por exemplo, do crédito. Dependendo do montante de subida à partida, o problema será resolvido.

O segredo vai estar no desemprego, se o desemprego continua baixo, os trabalhadores terão algum poder negocial para exigir subir os salários. Não tanto como a inflação, mas vai acontecer uma subida de salários e com isso consegue-se pelo menos contrariar parte do efeito da inflação.

Vai haver famílias a perder a casa, mas acredito que seja uma franja reduzida.

Agora se tivermos uma nova crise de dívida, já estaríamos em terreno próximo do de 2013. Mas para já não acho que haja essa probabilidade.

As temperaturas anormalmente quentes, sobretudo pela duração, são relacionadas por muitos como consequência das alterações climáticas em curso. Que impacto económico e que consequências podem ter para as pessoas e as empresas no nosso país, nomeadamente com os períodos de seca prolongada?

Já existe muita literatura que se foca no impacto das alterações climáticas na economia. Não é só, por exemplo, o aumento médio da temperatura, também aumenta a probabilidade de haver eventos extremos: grandes ondas de calor, os incêndios. Tudo isto provoca problemas importantes na economia.

O problema da seca naturalmente que torna a água mais escassa e o preço da água terá que subir. Ou seja, vamos ter que depois fazer escolhas, ou reduzimos o consumo ou temos que arranjar forma de produzir água.

Mas a forma alternativa de produzir − algo que está a ser cada vez mais falado em Portugal − a dessalinização é uma tecnologia atualmente cara, que vai encarecer também a própria água.

De tempos a tempos, e recentemente com mais regularidade, Portugal debate-se com o flagelo dos fogos florestais. O abandono dos campos e da floresta que decorrem da desertificação são dois fatores comummente apontados como causas para o que se passa. Como é que poderíamos tornar aqueles territórios mais atrativos economicamente para inverter o ciclo? E porque é que apesar deste diagnóstico estar feito há muito, parece nunca se executar?

Permita-me discordar desta última parte, li com alegria que pela primeira vez, quer o primeiro-ministro, quer o ministro da Economia, a dizer que a resposta para os incêndios é uma solução capitalista de monetizar a floresta para criar incentivos.

A floresta com dinheiro acaba por ter menos probabilidade de sofrer com incêndios.

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"Pode não ser incoerente. Se calhar este ano não vale a pena aumentar salários para não pressionar a inflação. Mas poderá fazer sentido aumentar no longo prazo os salários, e termos uma política estrutural que promova o aumento dos salários."

Alguma coisa mudou na mentalidade política em relação à gestão da floresta. Agora é preciso implementar várias políticas para criar os incentivos. Por vezes, custa mais o próprio registo da partilha do terreno, do que o valor que ele pode gerar.

Isto acaba por contribuir para o abandono. Haverá que se pensar em soluções para criar os tais benefícios.

Já houve quem falasse de centrais de biomassa florestal. É uma possibilidade, mas retirar a biomassa dos terrenos exige custos, e não sei se compensará os ganhos.

Há quem fale também na subsidiação por parte do Estado para as pessoas tratarem das próprias matas. Não acredito que haja orçamento para isso.

Há aqui, para já, soluções iniciais que ainda são embrionárias, mas pelo menos já começa a haver qualquer coisa. Há qualquer coisa para se discutir, para criar os incentivos certos, para criar os tais benefícios, para que os benefícios ultrapassem os custos.

Seguindo um conceito da agricultura, o da monocultura, e aplicando-a à economia do país, parece que Portugal esta a ficar cada vez mais dependente do turismo. É uma inevitabilidade e é sustentável?

Existe um fenómeno em economia que é a "doença holandesa". É quando uma economia se concentra num determinado setor. Mas poderia ser a doença portuguesa, porque nós fomos os primeiros a sofrer com a doença holandesa no século XV, quando o ouro do Brasil veio. Ficámos super-dependentes, e isso veio prejudicar a economia.

Quando a economia se foca num determinado setor, começa a matar tudo à volta.

E esse é o grande problema de ficarmos dependentes do turismo. Antes da pandemia, Portugal até estava a tentar corrigir o problema. Começava a haver um turismo de maior qualidade, maior valor acrescentado, porque grande parte do nosso turismo é um turismo de baixo valor acrescentado. Não gera grande margem de lucros que crie possibilidade de pagar salários mais altos.

Por isso, nós tínhamos muitas pessoas empregadas no turismo com salários muito baixos.

Claramente uma economia tem de se diversificar. Se estamos dependentes de um setor, basta um choque para nos destruir completamente a economia.

Nesta dimensão é impossível não falar do novo aeroporto de Lisboa. Há algum racional económico que torne uma das opções conhecidas mais viável do que as outras?

Há uma piada entre economistas que é a de que no meio de dois economistas surgem três opiniões: a do economista A, a do economista B e a conjunta do A com o B.

Dependendo da ótica que nós vemos, podemos ver mais benefícios de um lado, mais custos do outro. Isto pode nos dar visões totalmente diferentes. Agora, o importante é que os benefícios ultrapassem os custos.

O que o economista nunca sabe é qual a melhor decisão. Só saberíamos se tomássemos todas as decisões.

Parece-me que os relatórios mostram que todas as soluções têm benefícios que ultrapassam os custos. Mas adiando estamos a gerar mais custos. Esse é o principal problema.

O mesmo Governo que disse que a subida de salários poderia criar uma espiral inflacionária, veio há pouco mais de um mês através do primeiro-ministro António Costa pedir um esforço para subir os salários em 20% nos próximos quatro anos − tanto no setor público como no privado. Apesar de depois disso o tema ter desaparecido, em tese é um objetivo positivo para a economia nacional? É exequível?

Em primeiro lugar não é incoerente, ou pode não ser incoerente. É a questão do longo prazo versus o curto prazo. Se calhar este ano não vale a pena aumentar salários para não pressionar a inflação. Mas poderá fazer sentido aumentar no longo prazo os salários, e termos uma política estrutural que promova o aumento dos salários.

É aquele que deveria ser o grande desígnio português, porque nós somos o país em que temos os salários mais baixos. É muito fácil perceber que somos o país que também tem o valor acrescentado por hora mais baixo, ou seja, a produtividade mais baixa.

Como é que nós conseguimos aumentar a nossa produtividade em 20% para que depois o salário venha por arrasto? A grande pergunta é: Como é que nós nos tornamos mais competitivos?

E como é? Quando se fala da produtividade, ou da falta dela, a tónica está normalmente no trabalhador, que fica com o ónus da culpa. É assim?

Houve um ministro que deu a resposta e foi chacinado, que foi o Augusto Santos Silva. Numa conferência com alunos de doutoramento, disse que Portugal tem dos níveis de gestão mais baixos que existem na Europa. Acabou por pedir desculpa pela afirmação.

Mas a questão é que ele tem toda a razão. Há estudos internacionais que mostram que o nosso nível de gestão dos quadros superiores é francamente baixo.

E quando se compara as empresas multinacionais geridas cá com as empresas multinacionais geridas lá fora, ambas estão no mesmo nível. O problema não está no país. Está nas empresas domésticas, que são geridas por pessoas que não tiveram uma formação de gestão em condições.

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"Há estudos internacionais que mostram que o nosso nível de gestão dos quadros superiores é francamente baixo."

Isso põe em causa a própria produtividade dos trabalhadores e consequente os salários. A tónica deverá estar cada vez mais no gestor. Infelizmente, isto não se fala muito abertamente em Portugal.

Então problema da produtividade em Portugal é sobretudo um problema de gestão das empresas…

Dou um exemplo que a pandemia trouxe na área do setor tecnológico, nós temos agora pessoas que trabalham cá que estão a trabalhar para empresas lá fora, e a receber um salário, por exemplo, de 5.000 ou 6.000 euros.

Pessoas que a trabalhar para uma empresa portuguesa recebiam 2000 ou 3000 euros.

Trabalham no mesmo local, em casa, mas para empresas diferentes.

O mesmo trabalhador, as mesmas condições, como é que é possível? Porque dentro da empresa, aquele trabalho que ele faz acaba por gerar mais valor acrescentado, e acaba por ser pago com outro montante.

Se calhar o próprio gestor negoceia bem os orçamentos que faz com os seus clientes. Tem, se calhar um outro design de apresentação. Consegue tomar decisões com mais risco. Tudo isto que parece abstrato traz valor acrescentado.

A mesma equipa de futebol joga de forma diferente consoante o treinador. O treinador é o gestor. O gestor consegue retirar mais valor das pessoas, e pode depois pagar salários mais altos.

No início da nossa conversa descreveu as dificuldades de na discussão do Estado da Nação falar dos problemas estruturais, isto porque os políticos funcionam em ciclos de quatro de quatro anos. Esta é uma limitação da democracia? Como é que ele poderia ser contornada para que consigamos ter uma visão de médio a longo prazo?

Também digo isso nas minhas aulas. Os ciclos eleitorais e o curto prazo são os maiores problemas da democracia atual. A resolução é que é um bocadinho mais complicada, porque lá está: o político só faz isso, porque os eleitores assim o querem.

Portanto, o político só se foca no curto prazo, porque os eleitores valorizam mais o curto prazo. Podemos entrar em questões filosóficas sobre como é que o próprio envelhecimento da população pode resultar na intensificação da preocupação do curto prazo, em vez do longo prazo, porque temos uma população cada vez mais velha a votar em peso.

Eles querem resolver os seus problemas no curto prazo, sabem que no longo prazo não estarão cá.

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