O Da Capa à Contracapa desta semana olha para a (in)utilidade de imaginar alternativas políticas e sociais. As utopias ainda fazem caminhar? E por que razão são hoje as distopias tão populares? Os convidados são Fátima Vieira, professora catedrática da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e André Barata, filósofo de formação e professor na Universidade da Beira Interior.
Especializada em tecnologias digitais, a quinta escola do Iscte vai abrir no próximo ano letivo, com cursos que cruzam a inteligência artificial, saúde ou cibersegurança com as ciências sociais.
A antropologia” não tem voz”. “Na televisão, vemos economistas, politólogos, gestos. São eles que ditam quem o mundo é”, diz Humberto Martins, antropólogo e professor universitário, em entrevista à Renascença. Para o especialista, o Governo devia ter recorrido aos cientistas sociais para sensibilizar a população para o novo coronavírus. Poderiam ter colaborado em “campanhas de esclarecimento, de saúde pública, de educação para a saúde pública, educação para a higiene”.
Por mais dinheiro que o Estado meta, profissionais contrate, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) português será sempre insustentável, defende o economista especializado em gastos com saúde pública Ernesto Ferreira, em entrevista à Renascença. “Com o envelhecimento da população, a procura de serviços de saúde vai ser cada vez maior. Tal como os gastos com tecnologia e exames”, explica. O professor universitário diz ainda temer que, em breve, “se tenha que pôr um travão a fundo na economia”, o que levará a uma subida das taxas de juro e descida de gastos públicos.
O Governo poderia ter antecipado mais riscos e consequências da pandemia, caso tivesse na retaguarda uma equipa de especialistas, “uma espécie de task-force”, do campo das ciências sociais, defende Renato Carmo, professor universitário no ISCTE e diretor do Observatório das Desigualdades, em entrevista à Renascença. “Nenhuma pessoa tem a sapiência absoluta”, diz. O sociólogo, que há quase duas décadas se debruça sobre o tema de desigualdade social, confessa-se “impressionado” com a capacidade de resposta do SNS e a “reinvenção” do setor da restauração.