Autoridades moçambicanas não comentam a situação operacional, mas há relatos de ataques por parte de deslocados que chegam à vila de Chiùre. Falam em destruição de hospitais, de escolas e de casas. E de mortes.
D. António Juliasse alerta para a chegada da fome, sede e doenças, advertindo, no entanto, que “o risco maior é de serem rostos esquecidos em função de outras guerras do mundo”.
Francisco lamentou a violência contra as populações indefesas, a destruição de infraestruturas e a insegurança que voltaram a espalhar-se na província de Moçambique.
Presidente de Moçambique pediu às Nações Unidas que mantenham todos os projetos na província do norte do país. Situação de insegurança é "transfronteiriça", diz o subsecretário-geral de António Guterres. "Os ataques continuam" e crise é "mais do que latente".
Seis anos e meio depois do inicio dos ataques terroristas em Cabo Delgado, a população sente-se abandonada pela comunidade internacional e pelo próprio país. O lamento é deixado pelo bispo de Pemba, numa entrevista à Renascença em que D. António Juliasse fala também da reacção dos bispos africanos à questão da benção a casais em situação irregular. “A nossa posição é pedagógica."
De acordo com o mais recente relatório de campo do Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), com dados até final de 2023, para este quadro contribuiu igualmente o "impacto devastador da crise climática", sendo "Moçambique um dos países mais afetados no mundo".
O grupo terrorista Estado Islâmico reivindicou em 31 de dezembro a autoria de um novo ataque em Cabo Delgado, em que afirma terem morrido mais quatro militares, o terceiro do género conhecido em menos de um mês.