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Barcelona teria de hipotecar 50 anos de direitos televisivos para segurar Messi

06 ago, 2021 - 15:00 • Redação com Lusa

O jogador argentino, de 34 anos, não vai continuar no clube. O presidente, Joan Laporta, lamenta, mas justifica que não podia colocar o futuro do Barça em risco.

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O presidente do FC Barcelona, Joan Laporta, afirmou, esta sexta-feira, que a renovação de contrato com Messi teria “colocado em risco” o futuro do clube, tendo em conta a situação financeira do emblema catalão.

“Os números [financeiros] do clube são preocupantes. Recebemos uma herança nefasta e calamitosa [da anterior direção], com uma massa salarial desportiva que representa 110% das receitas do clube. Não temos margem salarial. Fazer um investimento como o que se previa com o contrato de Messi acarretava certos riscos e não queremos colocar ainda mais em risco o clube”, afirmou Laporta, em conferência de imprensa.

Na quinta-feira, o FC Barcelona anunciou que não iria renovar o contrato com Lionel Messi, que tinha terminado no final de junho, justificando a decisão com “obstáculos económicos e estruturais”, mais concretamente regras financeiras impostas pela Liga espanhola (LaLiga) aos clubes.

Numa conferência de imprensa que durou mais de uma hora, Laporta, que foi eleito presidente em março, reforçou que o clube tem de “cumprir o fair-play financeiro” e não pode “hipotecar 50 anos de direitos televisivos”.

“Esta instituição tem 122 anos de história e está acima de qualquer jogador, inclusive do melhor jogador do mundo. O Barça está acima de todos e é preciso preservar a instituição. Já passámos por muitas coisas e conseguimos sempre ultrapassá-las. Acredito que também o consigamos agora”, referiu o presidente dos catalães.

Ainda assim, Joan Laporta assegurou que Lionel Messi queria continuar no emblema que representou nos últimos 20 anos: “Não há qualquer razão para criticá-lo. Fez todos os possíveis para continuar. O Leo queria ficar. Estou triste, mas convencido de que defendemos da melhor forma os interesses do Barça.”

“Deixa um legado enorme, fez história aqui. Foi o jogador que mais troféus conquistou e é uma referência de um período brilhante, mas espero que possamos superá-lo. Iniciamos uma nova era. Há um antes e um depois [de Messi]. Trouxe alegria, êxitos, imagens que ficam para a história. Fica um agradecimento eterno. No entanto, não vou dar falsas esperanças e dizer que a situação vai ficar controlada. A massa salarial está sobrecarregada. Com Messi, correspondia a 110% das receitas e sem ele é de 95%”, alertou Laporta.

Com esta separação, Lionel Messi, seis vezes vencedor da Bola de Ouro, pode mudar pela primeira vez de clube, aos 34 anos, e depois de 672 golos, 778 jogos e 34 títulos na equipa principal dos catalães.

Em 14 de julho, a imprensa espanhola tinha revelado que o internacional argentino, que ficou livre em 1 de julho, iria prolongar a ligação ao clube até ao final da época 2025/26, uma renovação que acabou por não acontecer, uma vez que a La Liga não deu o aval.

Messi, que chegou ao Barça quando tinha 13 anos, estreou-se pela equipa principal em 2004/05 e, em 17 épocas, arrebatou 34 títulos, entre os quais 10 ligas espanholas e quatro ligas dos campeões, além de ter sido eleito por seis vezes Bola de Ouro e ter conquistado por seis vezes a ‘Bota de Ouro’ (melhor marcador dos campeonatos europeus).

Antes do arranque da temporada passada, Messi enviou uma mensagem ao FC Barcelona, manifestando a sua intenção de deixar o clube, mas, depois, acabou por recuar e cumpriu o último ano de contrato com o FC Barcelona, deixando claro que jamais entraria numa guerra na justiça com o seu clube de sempre.

Entretanto, o anterior presidente Josep Maria Bartomeu saiu do clube, voltando Joan Laporta, ao ganhar as eleições realizadas em 7 de março de 2021, sendo que um dos seus principais desafios era garantir a manutenção do futebolista argentino.

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