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Ricardo Alves

Tondela reergue-se, com "objetivo de subida em segundo plano"

29 set, 2022 - 11:00 • Sílvio Vieira

Os beirões ainda não perderam na II Liga e estão nos primeiros lugares da tabela, resistindo às limitações de uma época em que foram impedidos de contratar jogadores. Ricardo Alves diz que a união gerada, na dificuldade, é o segredo de uma equipa com plantel curto, jovem, mas "com qualidade". O capitão é cauteloso, mas acredita no sucesso do Tondela.

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O Tondela vive uma das épocas mais difíceis da sua história recente. Depois de sete épocas consecutivas na I Liga, desceu de divisão e ficou com o ataque à subida muito condicionado, pelo facto de não poder inscrever jogadores.

Sem reforços, o novo treinador, Tozé Marreco, tem de aproveitar os jovens da formação e extrair o máximo dos jogadores que ficaram do plantel anterior. Alguns, e influentes, como Salvador Agra, Boselli, Undabarrena, João Pedro, Tiago Dantas, Eduardo Quaresma, Neto Borges, Sagnan, Trigueira saíram e para os seus lugares não houve possibilidade de contratar.

O primeiro impacto, no final da temporada, foi violento, reconhece Ricardo Alves, em entrevista à Renascença. "Os primeiros tempos não foram nada fáceis para ninguém. A descida de divisão foi o pior momento da minha carreira como profissional", assume o capitão.

A impossibilidade de reforçar o plantel para toda a época - a restrição aplicou-se no verão e mantém-se para a janela de janeiro - fez com que "o objetivo de subida passasse para segundo plano".

Mas perante as enormes dificuldades o clube uniu-se e esse tem sido o segredo da equipa, revela Ricardo Alves. Sem derrotas, em sete jornadas de II Liga, o Tondela está nos primeiros lugares, mas nunca, como hoje, o chavão do jogo a jogo fez tanto sentido, explica o central, de 31 anos, que não colocou a hipótese de abandonar o clube, num momento tão delicado.

O Tondela chegou à primeira pausa competitiva na II Liga nos lugares de topo da tabela e sem derrotas, nos sete jogos disputados no campeonato. Dadas as muitas condicionantes a que a equipa está exposta, ficou surpreendido com esta arranque limpo na temporada?

Não diria que estou surpreendido, mas temos consciência de que isto vai ser um caminho longo. O campeonato tem muitos jogos e ainda estamos no início.

Temos noção que temos uma equipa com qualidade, apesar das nossas limitações. Ao mesmo tempo é um grupo bastante restrito, devido às limitações que toda a gente conhece.

Mas é importante frisar que ainda estamos no início do campeonato. É verdade que estamos com um bom arranque e queremos continuar neste caminho.

Com que é que os adeptos podem sonhar? O Tondela pode definir a subida como objetivo?

Acho que importante, acima de tudo, é pensarmos jogo a jogo. Eu sei que esta é uma conversa que vários treinadores têm, mas para nós faz bastante sentido.

Depende de vários fatores, porque temos uma base que desceu da I Liga mas também temos muitos jogadores jovens, que têm a primeira experiência no futebol sénior este ano. Há lesões, castigos, momentos de forma.

Acho que é muito importante continuarmos com os pés bem assentes na terra e termos consciência que estando na melhor das nossas capacidades podemos disputar qualquer jogo. Mas as contas terão de ser feitas mais para o final.

O Ricardo fala de uma situação determinante para Tondela. A base da I Liga são 11, 12, 13 jogadores, que estão, naturalmente, a ter uma taxa de utilização muito alta e a equipa fica mais vulnerável aos problemas normais de uma época.

Sobretudo nas primeiras jornadas foi visível que a equipa, do ponto de vista físico, ressentia-se, porque o desgaste era grande. Tem existido uma preparação diferenciada, por estarem a ser utilizados os mesmos jogadores com muita frequência?

Sim. Isto não significa que os jovens que estão a aparecer não tenham qualidade para estar neste plantel, mas, logicamente, daqui a três, quatro, cinco meses estarão melhor preparados do que estão hoje.

Além disso, é importante frisar que mesmo tendo uma base de I Liga, perdemos jogadores muito importantes e temos uma média de idades bastante baixa. Só eu e o Bebeto temos mais de 30 anos, é uma média de idades baixa, e não somos uma equipa tão experiente como às vezes se faz parecer.

Acredito que em dois ou três jogos a equipa teve alguma quebra, mas à medida que os jogos vão passando vamos adaptando-nos cada vez melhor a essas limitações e acredito que iremos ser cada vez melhor e gerir melhor os resultados, se assim for possível.

Na casa dos 30, além do Ricardo e do Bebeto, só mesmo o Tozé Marreco [35 anos]. Como tem sido a experiência com o treinador?

Tem corrido bem. O espírito que se tem criado entre treinador, jogadores, adeptos, estrutura, pelo facto de termos algumas limitações, tem feito com que a equipa se una mais. A estrutura, os adeptos e o treinador estão mais perto de nós.

Se há algo de positivo, dentro das dificuldades, é quando as equipas se deparam com dificuldades, por vezes, ficam mais unidas e, neste caso, o Tondela fala a uma só vez.

Esse é o segredo dos bons resultados e para continuarmos esta senda de bons resultados até ao final.

O Ricardo Alves, como capitão do grupo, tem uma voz de comando no balneário. Como é que recebeu a notícia da limitação de não poder inscrever novos jogadores, como é que viveu os problemas que daí advieram, após uma descida de divisão e com a saída de jogadores importantes, que deixaram o clube numa situação ainda mais delicada?

Os primeiros tempos não foram nada fáceis para ninguém. No meu caso, a descida de divisão foi o pior momento da minha carreira como profissional. Fazer o desmame até iniciar uma nova época custa digerir. Ainda para mais quando somos surpreendidos com a notícia de que não podemos contratar, o ataque à I Liga estipulado como objetivo fica para segundo plano.

Como deve compreender, temos de nos adaptar a essas restrições. Eu tento, de alguma forma, transmitir a experiência que tenho, o conhecimento que tenho do clube - já estou aqui há alguns anos - e tento, pela minha forma de estar, motivar os mais jogos. Nos momentos de euforia, e quando chegar um momento menos bom, terei de transmitir a tranquilidade para continuarmos a seguir o nosso caminho e ter sucesso.

No plano individual, teve possibilidade de sair, optou por ficar, nunca colocou a hipótese de deixar o Tondela?

Tenho mais um ano de contrato e não chegou a ser cenário. Um dos grandes objetivos a que me propus, quando descemos, era tentar subir logo no ano seguinte. Esse objetivo passa para segundo plano, por isso, tenho como grande objetivo fazer uma boa época a nível individual e ajudar o Tondela.

Está confiante numa boa época do Tondela, numa campeonato, como conhece, altamente competitivo. Como antecipa o percurso?

Estou bastante confiante e ao mesmo tempo bastante ciente das dificuldades que poderemos enfrentar. A II Liga é bastante competitiva, é difícil ganhar qualquer jogo, as equipas são bastante parecidas. Por isso, estamos cientes de que vai ser um ano complicado, mas, ao mesmo tempo, acreditamos que podemos fazer uma época e eu acredito que individualmente posso ter uma época de sucesso.

E com o sonho de repetir o feito da época passada na Taça, em que chegou ao Jamor?

Era bonito. Sabemos que também é preciso ter um bocadinho de sorte, já no ano passado falávamos disso. Não é menosprezar ninguém, mas apanhando uma equipa grande, ou muito forte, da I Liga torna difícil a passagem à fase seguinte. Nós acabámos por ter essa felicidade e encontrámos sempre equipas mais ou menos do nosso nível.

É festa é bonita e, quem sabe, a podemos repetir. Se calhar foi dos momentos mais bonitos e mais marcantes da história do Tondela e dos jogadores. Por isso, se for possível, queremos repetir. Sonhamos em repetir esse feito.

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