05 ago, 2024
Não obstante existir um sentimento quase geral segundo o qual o Sporting partia um pouco mais forte para o aguardado desafio da SuperTaça, a cautela recomendava uma previsão sem exageros quanto ao favoritismo dos leões.
É que o Futebol Clube do Porto é sempre, em todas as circunstâncias, um adversário frente ao qual são recomendadas todas as cautelas, porque nos dragões há coisas que nunca mudam.
E essas são a raça, a determinação, e a entrega total ao jogo - qualquer jogo - do primeiro ao último minuto, independentemente do resultado de cada minuto.
E foi exactamente isso que se viu no sábado à noite no estádio municipal de Aveiro.
Chegados os 25 minutos iniciais do embate entre dragões e leões com estes a vencerem pela dilatada vantagem de três golos, o pensamento geral apontava para um desfecho confortável dos lisboetas. Só os jogadores portistas, e o seu jovem técnico, acreditavam que essa não poderia nem deveria ser a verdade final do embate.
O intervalo do jogo também foi decisivo, pois foi aí, no recato do balneário, que o discurso forte de Vítor Bruno e as correcções introduzidas no sistema defensivo para evitar repetir os erros clamorosos da primeira parte, determinaram o volte-face.
Os dragões regressaram mais fortes, arrastando o Sporting para a sua pior segunda parte de que há memória recente. E em dois minutos (64 e 66’) confirmou a cambalhota, com a possibilidade de uma vitória espectacular à vista.
O resto já se sabe: o jogo foi para prolongamento, e aí concretizou-se aquilo que na segunda parte sempre pareceu possível, ou seja, acrescentar mais uma supertaça ao seu fabuloso currículo de vitórias.
Ficaram assim desmentidas muitas previsões de que tudo podia terminar ao contrário.
Quanto ao estranho Sporting que agora se viu, fica-lhe a lição de que tem pela frente muito trabalho e a necessidade de muito mais acerto nos seus conceitos sobre o jogo, porque os adversários que se seguem estão, neste momento, tão determinados quanto o Futebol Clube do Porto esteve em Aveiro.
E, sobretudo, nunca esquecendo que os jogos, todos os jogos, só terminam quando o árbitro apita pela última vez.