Emissão Renascença | Ouvir Online
Opinião
Opinião
A+ / A-

Pedro Strecht. “A escola é para aprender, mas também para viver”

15 jan, 2021 • Marta Grosso • Opinião de Opinião


Pedro Strecht é o novo comentador das sextas-feiras, no programa As Três da Manhã. Neste primeiro dia de novo confinamento geral, o pedopsiquiatra falou sobre a manutenção das aulas presenciais.

Manter as escolas abertas neste segundo confinamento geral a que a pandemia de Covid-19 nos obriga foi uma decisão acertada, considera o pedopsiquiatra Pedro Strecht, na Renascença.

“Em março, tivemos um milhão e meio de crianças e adolescentes que foram para casa. E não foi só até ao final do ano letivo, em junho, foi até setembro – foram seis meses, o que foi demasiado, não só em termos das aprendizagens, dos ritmos, daquilo que as crianças vão solidificando no registo diário da escola”, afirma.

Na opinião deste especialista que agora se junta ao painel de comentadores das Três da Manhã, o encerramento das escolas nessa altura “teve um impacto fortíssimo em toda a questão ligada à socialização”.

“A escola é para aprender, mas também para viver, para nos relacionarmos, para mantermos amigos, para conseguirmos ter atividades extraescolares. E a saúde, como a Organização Mundial de Saúde já definiu há várias décadas, é um estado de bem-estar físico, psíquico e social”, sublinha.

Pedro Strecht percebe a divergência de opiniões, mas congratula-se com o facto de, depois de ouvidos cientistas e epidemiologistas, “mas também outras pessoas da área da educação e da própria saúde mental”, no “prato da balança, juntando prós e contras”, tenha sido “dada a possibilidade para os mais novos prosseguirem com estas rotinas”.

“Sabemos que nada é isento de riscos neste dia-a-dia”, reconhece, “mas acho que foi uma boa medida, consciente das dificuldades, saber prosseguir e não cortar de novo esta possibilidade de os mais novos continuarem a crescer” – mesmo com “as limitações que já têm”, como “uso das máscaras, evitamento do contacto social até no espaço escola”.

Estamos todos fartos

Esta é uma realidade. Crianças e adultos estão fartos das restrições impostas pela pandemia de Covid-19. “A grande diferença hoje é que, claramente, já vemos uma luz ao fundo do túnel”, diz o pedopsiquiatra.

Apesar de “a vacinação não resolver tudo, [vai ajudar a] controlar a parte mais difícil desta situação, que tem a ver com a mortalidade”. E aqui entra a parte dos avós para as crianças, na medida em que são “pessoas que elas sentem como mais vulneráveis e que fazem parte do seu dia-a-dia”.

“Os avós têm tido uma importância fulcral nestes tempos, até porque anteriormente havia imensos avós que entravam nas rotinas da semana e do dia-a-dia das crianças e há uma preocupação muito grande dos mais novos sobre a saúde e o bem-estar dos mais velhos, que amam e que estão perto deles”, sublinha Pedro Strecht.

Por outro lado, a noção de tempo para os mais novos “é completamente diferente”. E, desta vez, parece que “vamos para um confinamento mais autolimitado”.

“Ao contrário de março, em que não sabíamos onde as coisas iriam parar ou como iriam evoluir, agora, apesar de tudo e com vacinações e outras medidas, estamos muitíssimo mais preparados”, sustenta.

Espera-se, por isso, “que este confinamento seja claramente mais autolimitado na perspetiva de um mês”.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Censores
    18 jan, 2021 A solta 11:37
    Este tipo deve ter uma grande protecção aqui. qualquer comentário a contradizê-lo, não é publicado