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  • Votos em Branco: 1,39%

Total esquerda: 91Mandatos
Pan: 1Mandatos
Total direita: 138Mandatos
José Luís Ramos Pinheiro
Opinião de José Luís Ramos Pinheiro
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Opinião

Entre a obsessão e a anemia

28 jan, 2021 • Opinião de José Luís Ramos Pinheiro


Um tema com a gravidade da eutanásia está entregue à obsessão da esquerda e à anemia envergonhada do PSD. A desorientação do PS e a falta de rumo do PSD abrem espaço à emergência de novas forças, algumas delas radicais. Se PS e PSD não mudarem, o país irá mudá-los. E não será para melhor.

Portugal é neste momento o pior país do mundo na luta contra a pandemia. O número de mortos e de novos casos por milhão de habitantes é o maior em todo o mundo. O governo pediu ajuda internacional. Só nos últimos quinze dias, mais de 800 pessoas morreram nos lares. E mais de um terço dos portugueses mortos durante a pandemia, residiam em lares.

São números trágicos e tristes. E é neste momento que o partido do Governo e toda a esquerda parlamentar se preparam para a votação final da eutanásia. Querem facilitar a morte de quem mais sofre, quando, neste momento, tanto se sofre por quem mais morre.

Nem o horror das últimas semanas, nem o que nos espera nas próximas, demove esta agenda inexorável. Obsessiva, a orquestra continua a tocar a mesma música, insensível ao desmoronamento à sua volta. Não consegue desligar a corrente ideológica, para se conectar com o sofrimento do país.

E fazem-no através de um tema que não ousaram colocar aos portugueses quando foram eleitos. Omitiram a eutanásia dos seus programas eleitorais e impõem-na agora no auge da pandemia. Dizem representar o povo, mas ao povo nada perguntaram sobre o tema. Nem querem saber o que o povo pensa, não vá o povo ter ideias diferentes. O que parece ser mais uma liberdade, não passa de um retrocesso civilizacional que põe em causa a vida. E mais uma vez, a vida dos mais débeis.

O PAN e o Bloco de Esquerda fazem-no por obsessão ideológica. É mau, mas não espanta. Mas era admissível esperar do PS outro comportamento. As responsabilidades governativas e uma réstia de sentido de Estado, alimentavam a esperança na reponderação de um processo legislativo que não deveria ser prioritário, num país varrido por uma pandemia que está a ceifar vidas de tantas pessoas.

Mas se o comportamento do PS é lamentável, como explicar o do PSD? Na votação na especialidade o PSD absteve-se. Nem sim nem não. Lava as mãos e deixa correr. Anemia total, ausência de valores e referências.

Vivemos entre a obsessão e a anemia. Um tema com a gravidade da eutanásia está entregue à obsessão da esquerda e à anemia envergonhada do PSD.

A desorientação do PS e a falta de rumo do PSD abrem espaço à emergência de novas forças, algumas delas radicais: de direita, mas também de esquerda.

Se PS e PSD não mudarem, o país irá mudá-los. E não será para melhor.

PS.: Lamentável e digna de uma ditadura a decisão de o Governo proibir as escolas privadas de proporcionarem ensino à distância aos seus alunos. Pior, só a tentativa de António Costa vir dizer que o ministro da Educação não disse aquilo que realmente disse. Não vale tudo. O primeiro-ministro devia sabê-lo.

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  • Maria Oliveira
    29 jan, 2021 Lisboa 09:47
    Constitui um retrocesso civilizacional a aprovação desta lei. Como refere, impressiona a posição do PSD. Quanto ao PS, podemos esperar tudo porque o que lhe interessa é manter o poder curvando-se à extrema esquerda para o efeito. O PS com este chefe perdeu todas as referências e valores. O "malabarista" tem fins e não olha a meios para os atingir: manter o emprego e as clientelas. A ascensão do Chega ocupa o vazio deixado pelo PSD. Com Rui Rio, este partido está condenado.
  • Joaquimsfs@gmail.com Santos
    28 jan, 2021 Tojal 23:05
    O que de verdade anima os deputados é esta pandemia, ela reduz a população, ela deixa espaço aberto aos animais, verdadeiros detentores do planeta. O homem é para abater se a pandemia não o leva, levá-lo-emos nós criando leis diabólicas, que permitem que legalmente possamos nós, os iluminados, do senhor lúcio, acabar com eles num futuro próximo, as metas da Agenda 2030 são para se cumprirem.