20 jun, 2024 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos
Na análise à notícia de que há quase 50 cursos de Ensino Superior com taxa de desemprego zero, o comentador da Renascença diz que compensa estudar, pelo menos, para a obtenção do emprego.
Já no que se refere ao setor da enfermagem, que garante empregabilidade, e que está sempre em greves pela má remuneração, João Duque diz que “é um bocadinho estranho que uma profissão com tanta procura e tanta utilidade em Portugal, tenha este tipo de comportamento no mercado de trabalho”.
“Nem sequer há número suficiente de licenciados, a agravar pelo facto de muitos deles saírem para o estrangeiro. E depois temos esta incompreensível relação entre a procura e a oferta. Porque o que acontece normalmente, quando há escassez da oferta e há uma procura intensa, é a valorização. Portanto, o preço, neste caso, o preço/hora do salário, deveria acompanhar”, assinala.
Então, porque é que isso não acontece? O economista considera que “uma das razões que podem justificar esta discrepância é o facto de um grande agente do mercado ser o Estado e o Estado não praticar a lei do mercado”.
No seu espaço de comentário na Renascença, João Duque assinala, no entanto, que “a notícia de hoje é muito interessante e boa, porque permite ver, por exemplo, que em Portugal a taxa de desemprego nacional é de 6,6%, mas quem tem licenciaturas ou quem tem curso superior, a média está abaixo”.
“Portanto, de facto, o único segmento e que ainda merece, compensa estudar, pelo menos para a obtenção do emprego é chegar ao ensino e acabar o curso”, realça.
Questionado sobre o aumento não muito significativo do abandono escolar, o economista diz temer que a razão possa ser “económica e, portanto, muitos estudantes que conseguem, com dificuldade, entrar, ao fim de um ano acabam por soçobrar por incapacidade financeira”.