17 mai, 2024 • Francisco Sarsfield Cabral
A Rússia substituiu o seu ministro da defesa, Sergei Shogun. O novo ministro é um civil, Andrey Belousov. A mudança não augura nada de bom para a Ucrânia.
A Ucrânia encontra-se, hoje, na defensiva. Pelo menos enquanto toda a ajuda americana e europeia não tiver chegado ao seu destino, os ucranianos racionam a utilização de munições. E ainda não têm todas as defesas antiaéreas de que precisam. Tentam aguentar as investidas de um exército russo mais poderoso em soldados e em armas. Atualmente, os ucranianos perdem para os russos, em média, cerca de 20 Km2 por semana.
Agora não está apenas em jogo recuperar o terreno que os russos ocupam, mas a sobrevivência do país, como escreve o semanário The Economist. Que também afirma que o Ocidente, receando escalar a guerra, nunca forneceu à Ucrânia todas as armas necessárias para vencer os russos.
A falta de armas e munições junta-se, na Ucrânia, à carência de combatentes. Essa carência é agravada pela própria guerra. Milhares de homens saíram da Ucrânia para escaparem à guerra.
O governo ucraniano multiplica as pressões sobre os ucranianos que residem no estrangeiro; por exemplo, encerrou os seus serviços consulares no exterior. E baixou a idade de 27 para 25 anos para os homens serem convocados e incorporados nas fileiras militares. Mas não se espera que estas medidas melhorem substancialmente a carência de efetivos nas forças armadas da Ucrânia.
Foi, assim, adiada a promessa dos ucranianos de recuperarem as suas fronteiras anteriores à invasão, expulsando os militares russos. Já seria muito bom que a resistência da Ucrânia conseguisse conter a ocupação russa nos atuais 18% do território ucraniano. São tempos difíceis.