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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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Ajudar quem ajuda

19 jul, 2023 • Francisco Sarsfield Cabral • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


A Cruz Vermelha Portuguesa está a receber cada vezes mais pedidos de ajuda. A sociedade portuguesa tem obrigação de ajudar quem ajuda.

Como foi noticiado, desde segunda-feira passada a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) tem um novo presidente – António Saraiva, que durante 13 anos esteve à frente da Confederação Empresarial de Portugal. A. Saraiva foi nomeado pelo Governo, após proposta do Conselho Superior da CVP, e não receberá pagamento pelo exercício das suas novas funções. Será a CVP uma entidade pública? Ou será privada e dependente da Cruz Vermelha Internacional?

A CVP é, de facto, uma entidade com características únicas no país. E tem uma longa história, iniciada em 1864. Portugal foi um dos doze países que, nessa data, assinaram a Convenção de Genebra, criando a Cruz Vermelha. A finalidade desta instituição humanitária não governamental (mas com tutela do Governo) e com dimensão internacional era, inicialmente, ajudar e proteger os feridos em combate, bem como as vítimas de guerras. Depois passou a apoiar as populações afetadas por carências alimentares, económicas, de saúde, etc.

Como acima referido, António Saraiva não será remunerado. Esse é um princípio geral da Cruz Vermelha. A CVP conta com mais de 5 mil voluntários.

“Vivemos da solidariedade e dos apoios que vamos recebendo e por isso nem todas as delegações vivem com o mesmo desafogo financeiro”, afirmou António Saraiva, em entrevista à agência Lusa. "Os pedidos de ajuda têm vindo a aumentar. As necessidades de apoio para ajudar aqueles que mais necessitam são cada vez maiores. Por isso, há que ter uma gestão muito equilibrada, há que captar o maior número de apoios, porque os pedidos de ajuda são cada vez maiores", disse. "Só nos primeiros meses do ano de 2023, já recebemos quase o dobro de pedidos de apoio, comparativamente com o período homólogo" do ano passado, sublinhou A. Saraiva.

Ou seja, a sociedade portuguesa tem obrigação de ajudar quem ajuda. A CVP promove campanhas públicas de angariação de fundos e outras, para as quais muitos contribuem. Na medida do possível, esses apoios têm de continuar e até devem aumentar, porque as necessidades de inúmeras pessoas e famílias têm vindo infelizmente a crescer.

A CVP, através das suas 159 delegações espalhadas por todo o país, está perto de quem sofre, por doença ou falta de dinheiro. Por isso esta instituição humanitária merece os apoios que os portugueses lhe possam dar.

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