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Eunice Lourenço
Opinião de Eunice Lourenço
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A estrela da campanha que pode brilhar só seis meses

26 set, 2019 • Opinião de Eunice Lourenço


António Costa tem usado Mário Centeno como trunfo político, mas o ministro tem dado sinais de que prefere não continuar. Quem lhe pode suceder?

Mário Centeno, o Ronaldo do Eurogrupo, uma mistura entre Ronaldo e Messi, o mago das Finanças, o quase-primeiro-ministro, tem sido a estrela de uma boa parte da campanha como foi, nos últimos anos, a estrela do Governo. Mas até António Costa já admitiu que Centeno pode brilhar só mais seis meses. Só não diz quem lhe pode suceder.

“Seriam melhor seis meses do meu Centeno do que quatro anos do seu Centeno”, respondeu António Costa a Rui Rio, no frente-a-frente das rádios, quando o líder do PSD o confrontou com a possibilidade de o ministro das Finanças não ficar no próximo governo mais do que o tempo que ainda lhe resta como presidente do Eurogrupo.

Mário Centeno vai dando os seus sinais. Foi notório que gostava de ter ido para a liderança do FMI; admitiu, num programa da TSF, que tem perfil para suceder a Carlos Costa no Banco de Portugal. “Se houver um perfil para ser governador do BdP, é mais ou menos a mesma coisa que ser diretor-geral do FMI do ponto de vista das qualificações. Não vejo onde é que pudesse estar aí uma dificuldade”, disse Centeno, dando ideia que quer o lugar.

A seguir, sentiu necessidade de clarificar que, afinal, não é candidato ao lugar. “Não houve nem polémica nem candidatura. A única coisa que eu fiz foi: perante uma pergunta sobre qualificações, respondi naturalmente, comparando a importância do cargo do Banco de Portugal com o do diretor-geral do FMI. É só”, afirmou aos jornalistas, à margem de uma reunião europeia.

Centeno, que há muito tempo deixou de ser o ministro de sorriso tímido e pouco jeito para a política, tem estado bastante envolvido na campanha socialista, ao contrário do que aconteceu há quatro anos. É candidato a deputado em quinto lugar na lista de Lisboa, deu uma conferência de imprensa na sede socialista a atacar os programas do Bloco e do PSD, foi a estrela do primeiro grande comício da campanha.

António Costa sabe que o seu ministro das Finanças é um trunfo eleitoral para o eleitorado do centro e até do centro-direita. Talvez por isso se recuse a apresentar outros Centenos. Ou, então, apesar de ter admitido o cenário de só ter este Centeno a seis meses, como “irritantemente otimista” que é, deve preferir nem sequer pensar no assunto.

Olhando para os 12 economistas que há quatros anos apresentaram o plano económico do PS, já não restam muitas hipóteses. Paulo Trigo Pereira rompeu com os socialistas no Parlamento, Rocha Andrade (que foi secretário de Estado dos Assuntos fiscais) e Vitor Escária (que foi assessor económico do primeiro-ministro) foram afastados do palco central pelo Galpgate, Manuel Caldeira Cabral foi ministro da Economia e não chegou ao fim da legislatura, João Leão foi secretário de Estado do Orçamento e também não chegou ao fim da legislatura, José Vieira da Silva já anunciou o fim da carreira política, Elisa Ferreira foi para comissária europeia.

Sobram João Galamba que, apesar de ter chegado a secretário de estado da Energia na enésima remodelação governamental, não é figura consensual mesmo entre socialistas; Sérgio Ávila, vice-presidente do governo regional dos Açores; João Nuno Mendes, que preside à Águas de Portugal e Francisca Guedes de Oliveira, que era a mais desconhecida do grupo e a que continua fora da política ou do Estado, continuando a ser professora na Universidade Católica. Estará neste grupo o sucessor de Centeno ou Costa, quando e se precisar do novo Centeno, vai pescar fora do seu grupo inicial de 12 magníficos? Uma das hipóteses será.

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