O secretário-geral da ONU reconheceu que também sentiu esperança quando, "em setembro, os líderes mundiais se reuniram para aprovar o Pacto para o Futuro", um documento não vinculativo que abre a porta a uma reforma do Conselho de Segurança da ONU, a uma reformulação da arquitetura financeira da instituição e a novas regulamentações para os avanços tecnológicos.
Estes esforços, reconhecidos com a atribuição a Carter do Prémio Nobel da Paz em 2022, "contribuíram para fazer avançar as Nações Unidas", sublinhou Guterres, cujo organismo que lidera atravessa um momento de fragilidade particular.
Pela primeira vez desde o início da guerra civil, em 2011, o regime do Presidente Bashar al-Assad perdeu o controlo total de Alepo, a segunda cidade da Síria, um revés esmagador infligido por uma coligação de grupos rebeldes dominados por islamitas radicais.
No Rio de Janeiro, Guterres pediu aos líderes do G20, que se reúnem nos próximos dois dias no Brasil, para "darem um passo em frente" para a paz na Faixa de Gaza, no Líbano, na Ucrânia e no Sudão.
Através do seu porta-voz adjunto, Farhan Haq, Guterres esclareceu que "não comenta desenvolvimentos desta natureza", após ter sido repetidamente questionado sobre a sua avaliação do assassínio de Sinouar, líder do Hamas.
O Governo português instou na quarta-feira Israel a "reconsiderar a decisão" de declarar o secretário-geral das Nações Unidas "persona non grata", que lamentou "profundamente", defendendo a "missão indispensável" de António Guterres para garantir o diálogo e a paz.
Guterres condenou o alargamento do conflito no Médio Oriente "com escalada após escalada" e apelou a um cessar-fogo imediato após o Irão atacar Israel com mísseis.